Ryan Easley, cuidador e defensor da vida selvagem, morreu no sábado (20) após ser atacado por um tigre durante uma apresentação no santuário Growler Pines Tiger Preserve, em Hugo, Oklahoma (EUA). O incidente, que chocou a comunidade local e ativistas dos direitos dos animais, reacende o debate sobre o uso de felinos selvagens em espetáculos.

O santuário Growler Pines confirmou a morte de Easley em um comunicado publicado nas redes sociais. “Esta tragédia é um doloroso lembrete tanto da beleza quanto da imprevisibilidade do mundo natural. Ryan compreendia esses riscos — não por imprudência, mas por amor“, afirmou a nota. A instituição descreveu Easley como um “defensor apaixonado pela conservação da vida selvagem”, que dedicou sua vida ao cuidado de grandes felinos.

Segundo a afiliada da CNN, KXII, o ataque ocorreu durante uma apresentação com um tigre, e Ryan já estava sem respirar quando os agentes do xerife do Condado de Choctaw chegaram ao local. O Growler Pines surgiu após o show itinerante de grandes felinos de Easley, o ShowMe Tigers, passar a focar na conservação e buscar uma sede permanente para acolher animais de circo aposentados.

A morte provocou reação imediata de organizações de defesa animal. A Humane World for Animals, anteriormente conhecida como Humane Society of the United States, classificou o episódio como “uma tragédia triste e evitável”, revelando que um de seus investigadores passou semanas disfarçado acompanhando o ShowMe Tigers, onde presenciou animais sendo forçados a realizar truques.

A organização PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) também se manifestou, apontando que os tigres de Easley foram adquiridos de Joseph Maldonado, o “Joe Exotic”, e de Bhagavan “Doc” Antle — ambos conhecidos por participarem da série da Netflix Tiger King. Segundo a PETA, os felinos eram mantidos no zoológico de Joe Exotic durante o inverno, quando não estavam em turnê.

Após a divulgação da morte, Joe Exotic publicou condolências em suas redes sociais, dizendo: “Minhas orações vão para sua família”. Ele também afirmou que Easley “cuidava muito bem de seus animais” e que “amava cada um daqueles tigres”. As postagens foram posteriormente removidas do Instagram e Facebook, segundo o jornal The Oklahoman.

Casos de ataques fatais por grandes felinos em cativeiro não são isolados. Em 2016, um tigre matou uma cuidadora no Zoológico de Palm Beach, e em 2013, um leão matou uma funcionária em um santuário no norte da Califórnia. Em 2007, um tigre siberiano escapou de seu recinto e matou um visitante no Zoológico de São Francisco. A morte de Ryan Easley reforça os riscos envolvidos na manutenção e exibição de animais selvagens e reacende discussões sobre práticas de segurança e bem-estar animal em ambientes controlados.

Com informações da CNN Brasil

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