Como seria o mundo se todas as pessoas começassem a gastar cinco minutos de seu tempo umas com as outras? Nessa semana, a Biblioteca Pública Dr. Sócrates Bezerra de Menezes traz como indicação de leitura o livro ‘Depois daquela viagem’ da autora Valéria Piassa Polizzi.

A indicação faz parte do projeto ‘No meio do caminho tem um livro’, uma parceria entre o jornal Nova Imprensa/Portal Últimas Notícias e a Biblioteca Pública.

Resenha

Valéria Piassa Polizzi consciente de que, por falta de informações adequadas, contaminou-se com HIV em plena adolescência, decidiu escrever “Depois daquela viagem”, seu alerta autobiográfico para que muitos outros jovens não se exponham às mesmas consequências da desinformação, não só em relação às formas de contaminação, mas também em relação ao que é hoje viver com Aids. Somos então levados a repensar vários conceitos já supostamente estabelecidos.

O primeiro deles é o preconceito. Nos Estados Unidos, onde foi estudar inglês, Valéria entrou em contato com pessoas de diferentes cores e etnias. Ela chega a invejar uma amiga negra, cujo alvo de discriminação ficava  à flor da pele, “mais difícil do que ter o vírus da AIDS era ter que fingir que não tinha”.

O segundo fator a ser revisto é o tempo: de que forma viver um simples detalhe do cotidiano, ouvindo-se a todo instante o tique-taque do relógio? Como planejar o futuro? Acima de tudo, depois daquela viagem nos faz entender definitivamente que é possível sim viver bem a vida, apesar da AIDS.

No tom coloquial próprio dos jovens, Valéria relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, a dúvida entre ficar ou namorar, o despertar da sexualidade, a angústia diante do vestibular e muitas outras coisas que atormentam qualquer adolescente. Tudo isso seria perfeitamente natural se não fosse por um pequeno detalhe que iria fazer uma enorme diferença: Valéria contraiu AIDS aos 16 anos porque, transou sem camisinha. Por causa de quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe, sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e com os seus sentimentos.

Depois daquela viagem é uma história triste e alegre, tocante e verdadeiro, um testemunho da coragem e da determinação de levar adiante a vida, apesar da AIDS.

 

Redação do Jornal Nova Imprensa

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