As pandemias guardam certa relação direta com o desenvolvimento econômico desenfreado e insustentável, em meio a abusos ao meio ambiente e geração de desequilíbrios no ecossistema.

Em 1918 os Estados Unidos eram uma potência em ascensão, prestes a se tornar a primeira potência mundial e atingia o auge do uso dos recursos naturais, com devastação de amplas áreas verdes e destruição do ecossistema.

Nesse contexto, em Haskell, Kansas, nos Estados Unidos, teve origem a gripe espanhola (John M. Barry. A grande gripe: a história da gripe espanhola, a pandemia mais mortal de todos os tempos. p. 104-109). Em Haskell, o médico Loring Miner, detectou a doença e alertou as autoridades de saúde pública nacional. Haskell era uma cidade pouco habitada e o vírus poderia ter morrido por ali e não se espalhado pelo mundo, mas era tempo de guerra. No princípio de 1918, conforme evidências epidemiológicas, o vírus atravessou o estado até a enorme base militar, de Funston, na Geórgia, e em março havia 1.100 soldados infectados e outro número, não exato, receberam tratamento em enfermaria. Dali, o vírus seguiu para a Europa e depois matou cerca de 50 milhões de pessoas no mundo todo.

A primeira pandemia do século XX matou milhões de pessoas, mas em 1957, uma nova influenza (H2N2) apareceu no norte da China, espalhou pelo mundo e causou a morte de mais de dois milhões de pessoas.

Não bastasse isso, a seguir, a China, desde 1978 tem um desenvolvimento acelerado, com a abertura econômica do país e a implantação de um “capitalismo de Estado”. A grande degradação ambiental e a interação, pouco segura, com animais, facilitou o aparecimento, disseminação e transmissão e gerou a atual pandemia do coronavírus (Covid-19), em dezembro de 2019, com mais de 10 milhões de infectados e mais de 500 mil mortes, até o momento, no mundo.

O Brasil, um grande produtor mundial de produtos do agronegócio, desponta como o atual maior agressor do meio ambiente, sem políticas e fiscalização eficazes de combate. Temos o aumento de área plantada às custas de números recordes de desmatamento e queimadas na Floresta Amazônica, apesar dos especialistas afirmarem termos áreas suficientes para produzir para o mercado interno e externo, desde que utilizadas as melhores práticas de produtividade do uso da terra.

Temos até uma minoria a utilizar os recursos tecnológicos mais avançados, mas, a maioria, usa o estilo dos chamados “gafanhoto”, com o uso agressivo do solo até a sua extenuação, destruição da mata, flora, fauna, poluição e esgotamento dos recursos hídricos. Esse “gafanhoto” investe contra a floresta amazônica no Pará e Amazonas, assim como fez em outras regiões brasileiras. Nesse contexto, infelizmente, as agressões ao meio ambiente no Brasil afetam o equilíbrio ambiental e, assim, formam as condições ideais para o aparecimento de um novo vírus mortal para as pessoas.

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