O Governo de Minas divulgou nesta terça-feira (21) o Mapa da Cobertura da Vegetação Nativa de Minas Gerais ? biênio 2007-2009. O estudo mostra que o índice de desmatamento no Estado teve uma queda de 34,8% em relação ao biênio 2005-2007. Na comparação com 2003-2005, a redução chega a 53,2%.
O mapa faz parte do Inventário Florestal de Minas Gerais, realizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Ele traz informações científicas sobre os biomas da Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, as áreas de ocorrência de espécies da flora e serve para estabelecer estratégias de revegetação e as áreas mais apropriadas para o manejo florestal.
A divulgação do mapa fez parte das comemorações da Semana Florestal 2010, que foi aberta oficialmente pelo governador Antonio Anastasia, em solenidade na cidade administrativa, em Belo Horizonte. Durante o evento, Anastasia assinou decretos criando duas novas unidades de conservação ambiental, o Monumento Natural da Serra da Moeda e o Monumento Natural da Serra do Gambá, além da implantação de um laboratório de pesquisas ecológicas em Minas Gerais.
Minas conta com cerca de 240 unidades de conservação, com aproximadamente dois milhões de hectares de áreas protegidas. Mais da metade das áreas estaduais de proteção ambiental foi criada durante a gestão de Aécio Neves e Antonio Anastasia, a partir de 2003. As unidades de conservação servem para proteger a biodiversidade, o solo e os recursos hídricos de cada região.
Em seu pronunciamento, Antonio Anastasia afirmou que a questão ambiental deixou de ser um assunto isolado e está presente em todas as políticas públicas do Estado. Segundo ele, os avanços sociais e econômicos só serão reais se vierem acompanhado de um desenvolvimento sustentável.
?O meio ambiente se transformou em um tema cotidiano de todas as políticas públicas, na educação, saúde, fomento econômico, infraestrutura. Em todos eles, sem exceção, está a questão ambiental com grande destaque. Quanto mais prestigiarmos e reconhecermos o tema ambiental como uma atividade das administrações e da sociedade como um todo, teremos uma consciência maior. A nossa sociedade só avançará de modo definitivo, quando todos tivermos o sentimento da preservação ambiental, concomitantemente com as questões necessárias ao desenvolvimento sustentável do nosso país?, declarou Antonio Anastasia.
Mais áreas preservadas
O Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda, com área de conservação de 2.372 hectares, está localizado nos municípios de Moeda e Itabirito, na região Central do Estado. A Serra da Moeda abriga uma enorme diversidade de espécies de fauna e flora e, por causa de seus vales e cursos d?água, tem grande potencial turístico.
O Governo de Minas também criou o Monumento Natural Estadual da Serra do Gambá, no município de Jeceaba, com 442 hectares, na região Central, e assinou o decreto de integração do Parque Estadual do Rio Preto ao Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza.
O parque está localizado no município de São Gonçalo do Rio Preto e está inserido no complexo da Serra do Espinhaço. O decreto declara o parque como utilidade pública e de interesse social, para fins de desapropriação.
Com uma área de 10.755 hectares, a unidade de conservação abriga diversas nascentes, entre elas a do Rio Preto, um dos mais importantes afluentes do rio Araçuaí, por sua vez, afluente do Rio Jequitinhonha. No parque são encontradas diversas cachoeiras, piscinas naturais, corredeiras, sumidouros, cânions e praias fluviais com areias brancas.
Incentivo à pesquisa
Outro decreto assinado por Antonio Anastasia cria, em Minas Gerais, o Laboratório Eugênio Warming de Pesquisas Ecológicas, no Parque Estadual do Sumidouro, nos limites dos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O laboratório será um ponto de referência para pesquisadores nacionais e internacionais para o desenvolvimento de estudos relacionados aos biomas do Vale do Rio das Velhas, principalmente o Cerrado.
Eugênio Warming foi um botânico e seguidor do dinamarquês Peter Lund, um naturalista que durante o século XIX se dedicou a diversos estudos sobre a biodiversidade brasileira, incluindo as cavernas do interior de Minas Gerais.

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