Em Formiga, a movimentação nos cemitérios começou logo cedo, com as visitações aos túmulos e a celebração de missas. O movimento continua intenso durante todo o dia.
Para quem não teve tempo de comprar flores e velas para depositar nos túmulos dos entes queridos, nas entradas dos cemitérios é possível comprar o material para ofertar àqueles que se foram.
Os cemitérios estão muito bem organizados, os túmulos numerados e divididos em setores, o que facilita a localização.
O Setor da Funerária e Cemitérios Municipais preparou os cemitérios para a ocasião e está aproveitando este dia para fazer a divulgação dos trabalhos realizados, por meio de uma cartilha com muitas fotos, informações dos cemitérios, sobre as obras realizadas e algumas curiosidades.
Durante as visitas, os formigueses estão recebendo uma cartilha com um pouco da história dos cemitérios da cidade e dos chamados ?cemitérios históricos?, além de panfletos com orientações para conservação dos jazidos e orações.
Um memorial foi montado em uma sala no Parque da Saudade, contando parte da história dos cemitérios e dos túmulos onde estão enterradas personalidades nos quais as pessoas têm devoção.

História da Norminha de Lourdes
Alguns túmulos são os mais visitados, até por pessoas que não são da família, mas são túmulos onde se encontra pessoas que têm a devoção de muitos formiguenses, como o túmulo da Norminha de Lourdes, no Cemitério do Santíssimo. Diz a história que uma criança de 5 anos de idade, na década de 50, morava com o pai e a mãe, até a morte da mãe. O pai casou-se novamente e a madrasta a maltratava.
A menina reclamava ao pai que a madrasta não lhe dava alimentos e a maltratava todos os dias, mas o pai não acreditava na menina. A madrasta dizia que Norminha é que era muito gulosa. Um dia, cansado da situação, o pai pegou Norminha, levou-a a um terreno baldio, nas imediações do Patronato São Luiz, e, com um garfo, deu fim à vida da menina, que morreu com fome.
Desde esta história trágica e verdadeira, muitos formiguenses pedem e recebem graças por intercessão de Norminha de Lourdes. As pessoas e principalmente crianças visitam o túmulo dela, rezam e levam balas, doces e outras guloseimas para depositarem no túmulo da menina.
O curioso é que todas as vezes que são colocadas balas e doces somem-se as balas e os doces e permanecem somente os papéis sobre o túmulo.

Maria Rodrigues
Outro túmulo bastante visitado é o de Maria Rodrigues, que ganhou uma capela atrás do Cemitério do Santíssimo. Maria Rodrigues foi sepultada no local em 1909. Ela morreu por ocasião do parto de seu primeiro filho, pois foi acometida por eclampsia. Suspeitava-se que a morte dela seria pela doença da Bexiga (varíola) e, por isso, ela foi enterrada viva, mesmo antes de a morte ter sido consumada. Diariamente, inúmeras pessoas visitam o túmulo de Maria Rodrigues para pedir e agradecer as graças. Neste Dia de Finados, é um dos locais mais visitados.
Outros túmulos
Ha ainda a Capela da Dona Dorcemília. Conta a história que numa localidade conhecida como Caveira, antes do município de Formiga, hoje Córrego Fundo, em 1908, uma família de cinco pessoas foi acometida pela doença da Bexiga e neste local faleceram três delas e foram ali sepultadas. O local é muito visitado e inúmeras pessoas atribuem graças recebidas à família de Dona Dorcemília.
O Cemitério dos Bexinguentos também recebe muitos visitantes. Numa localidade conhecida como Lagoa do Fundão, em 1907 e 1908, uma família composta de quatro pessoas mais um empregado da fazendo foi acometida pela doença da Bexiga e ali foram enterrados, um a um.
Tem também a história do Túmulo do Escravo Adão, localizado no local conhecido por capoeira do Adão. Conta-se que um senhor vinha pelo caminho com seu carro de boi e também foi acometido pela doença da Bexiga. Ali foi sepultado. Muitas pessoas visitam o Túmulo do Escravo Adão e atribuem a ele muitas graças.

Cemitérios
Formiga tem três cemitérios na área urbana:
Cemitério do Santíssimo: em funcionamento desde 1901, conta com 2.200 túmulos e já foram feitos cerca de 35 mil sepultamentos.
Cemitério do Rosário: desde 1858, é o mais antigo da cidade, conta com 1.000 túmulos e cerca de 26.500 sepultamentos já foram feitos no local, que tem até mesmo túmulo feito em armação de ferro, importado da Inglaterra e peças que são verdadeiras obras de arte.
Parque da Saudade: Inaugurado em dezembro de 1996, conta hoje com 1.400 túmulos e tem a capacidade para atender por mais 15 anos.
Na zona rural de Formiga, existem quatro cemitérios
Cemitério de Pontevila: em funcionamento desde 1950.
Cemitério de Albertos: desde 1947.
Cemitério do Retiro: desde 1950
Cemitério de Baiões: desde 1942
O cadastramento dos túmulos de todos os cemitérios da cidade teve início em 2007 e possibilitou a informatização dos cemitérios, que passaram por muitas reformas e melhorias e hoje a documentação está regularizada, trazendo mais segurança para a administração, Setor da Funerária e Cemitérios Municipais e familiares.

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