A direção do Hospital São João de Deus (HSJD) realizou, na tarde desta segunda-feira (3), na Câmara Municipal de Divinópolis, uma prestação de contas referente aos resultados obtidos após dois anos da intervenção administrativa na instituição.

A atual gestão do Hospital assumiu a unidade em setembro de 2016, após a instituição ter assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A intenção era que a saúde financeira do Hospital, que já estava com problemas desde 2013, pudesse sair do vermelho.

Participaram da apresentação os representantes do Hospital, da Prefeitura, vereadores e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Balanço

Conforme a direção do HSJD, quando a atual gestão assumiu a unidade, o Hospital tinha um déficit de R$130 milhões. Grande parte deste montante era referente a dívidas trabalhistas e fornecedores.

Segundo os números apresentados pela superintendente do HSJD, Elis Regina Guimarães, o Hospital fechou o ano de 2018 com uma receita de R$ 160 milhões e despesas na ordem de R$138 milhões, um saldo que não era visto desde 2016 na instituição.

Além disso, Elis Regina destacou que o hospital melhorou em diversos setores, por exemplo, no que diz respeito aos números prestados na assistência a população: em dois anos houve um salto de 584.658 atendimentos para 765.254.

Outro ponto positivo apresentado na prestação de contas foi em relação aos procedimentos cirúrgicos. O Hospital também conseguiu uma melhora, saltou de 1.175 cirurgias para 1.605 procedimentos cirúrgicos nos dois últimos anos.

A unidade também aumentou a quantidade de leitos ofertados, saindo de 286 em 2016 para 326 em 2018.

“A diferença no HSJD foi feita pelas pessoas que queriam a recuperação do Hospital. Mesmo com dívidas, conseguimos negociar prazos e ainda consolidar o papel do Hospital como uma entidade importante na prestação do serviço de saúde”, disse a superintendente.

Entenda o caso

O novo modelo de gestão do HSJD foi definido no dia 11 de agosto, durante uma reunião entre representantes da unidade hospitalar, do MPMG, da SES-MG e do Ministério da Saúde. A proposta teve o objetivo de impedir que o hospital parasse de funcionar devido ao acúmulo de dívidas, que na época somavam R$ 133 milhões.

Conforme o promotor de Justiça, Gilmar de Assis, disse ao G1 na época, o principal problema do HSJD era a falta de um “planejamento inteligente”. Ele afirmou que o patrimônio da unidade não é suficiente para sustentá-la.

“O HSJD não vai fechar. Mas, tecnicamente, deveria. Se fosse uma empresa, a decisão mais correta seria a de fechar. Porém, como é uma entidade de extrema importância e necessidade pública, esse fechamento seria uma grande tragédia assistencial. Por isso o Ministério Público e outros entes governamentais querem essa nova modelagem. Boa parte dessas tarefas já foram cumpridas. Já foi feito um levantamento dos passivos e ativos do hospital, de modo que todas as necessidades sejam conhecidas”, pontuou.

Para isso, foi definido o TAC. O documento autoriza a atuação de uma comissão formada pelos integrantes. Eles não terão poder de administrar o patrimônio do HSJD, mas poderão ditar diretrizes estratégicas, que deverão ser sugeridas por um secretário executivo e um administrador hospitalar.

 

Fonte: G1||

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