A Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal de Divinópolis (CDH) visitou ontem o presídio Floramar após receber denúncias de que alguns direitos dos detentos estavam sendo violados, como a retirada de chuveiros, alimentação inadequada e visitas íntimas.
Há algumas semanas denúncias começaram a chegar à Câmara Municipal de Divinópolis de que alguns direitos dos detentos do presídio Floramar estavam sendo violados. De posse destas denúncias, a Comissão de Direitos Humanos do Legislativo resolveu averiguar e realizou uma visita, ontem, a Floramar.
Segundo o presidente da CDH, vereador Anderson Saleme, a visita é para averiguar algumas mudanças que foram realizadas no presídio. ?Algumas denúncias que foram feitas na Câmara Municipal sobre as mudanças nas regras de funcionamento daquela unidade prisional. Nós não temos certeza dos ocorridos, mas são denúncias diversas como a questão das visitas, entrega de alimentação e tantas outras. Cada denúncia tem uma área afim relacionada e nós queremos ter acesso aos manuais de segurança e ver se realmente ocorreu?, informou.
O diretor geral da Floramar, Achilles Giovanardi Junior, ressalta que a mais expressiva mudança ocorrida no presídio, foi à retirada dos telefones públicos do local e que este procedimento é lei. Caso não esteja sendo cumprida esta lei, o diretor pode ser punido. ?Está é uma lei federal, não é uma medida da secretaria ou da direção da Floramar?, disse.
Com relação à alimentação, o diretor afirma que o cardápio é variado e desenvolvido por nutricionista. No cardápio de hoje, por exemplo, o almoço dos detentos será bife a pizzaiolo, legumes sautè, alface, cenoura, arroz branco, feijão e como sobremesa uma maçã. ?A alimentação continua sendo a mesma. Eu como a mesma comida que é servida para os detentos?, revela.
Os detentos têm quatro refeições diárias, sendo, café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Além disso, familiares podem levar para os presos no máximo cinco quilos de alimentos como achocolatados, biscoitos e frutas.
A visita íntima, segundo Achilles, só não é permitida nos finais de semana por causa do grande número de visitantes, cerca de 400 pessoas. ?O fim de semana é muito cheio. Durante a semana nunca houve proibição da visita íntima e desde o início, todas as companheiras sabem disso. Desde que haja comprovação de união estável, a visita intima é permitida?.
A retirada de chuveiros também foi alvo de reclamação e segundo Achilles, em nenhum presídio é permitida a permanecia deles. ?Os chuveiros estavam instalados somente para o inverno. Foi um acordo que fiz com os detentos. Não pode ter chuveiro nos pavilhões por motivo de segurança?, disse.
Atualmente a Floramar está com 360 detentos e a capacidade máxima é para 230.

Desabafo
Durante a entrevista, o diretor geral da Floramar, Achilles Giovanardi Junior, desabafa dizendo que por mínimo que seja o fato, que por se tratar do presídio, toma proporções maiores. ?Qualquer coisa que acontece aqui vira uma coisa grande e motivo de boato. Estas pessoas que reclamam, elas tem que procurar a direção primeiro para saber se é verdade e se houver alguma irregularidade, nós vamos averiguar e consertar. Todas as questões de ordem legal que estão sendo colocadas, nós estamos respondendo. Estou na direção há oito meses e não teve nenhuma reclamação nos direitos humanos. Porque de uma hora para outra nós vamos jogar fora um trabalho bom que está sendo feito a troco de nada, tomar medidas pura e simples da nossa cabeça para prejudicar os detentos e a família deles? Tudo que é direito deles está sendo respeitado. Mas isso aqui é um presídio?.

Diretor de Segurança
A Floramar está com um novo diretor de segurança. Rodrigo Severino, assumiu a direção porque o antigo diretor pediu demissão. ?Qualquer mudança que se faça causa um certo desconforto. O antigo diretor de segurança quis sair. Ele já estava há nove anos no cargo e isto é um direito dele. Foi apenas isso?, explica Achilles que completa ?Não sei porque que na Floramar, quando há uma mudança de direção, precisa estar ligada a um problema. Não houve nada demais. Apenas um diretor quis sair outro assumiu?, explica.

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