O dólar opera em alta nesta quarta-feira (25), dia em que o mercado analisa os novos dados da prévia da inflação brasileira para junho. A alta de preços foi de 0,39% em junho, abaixo das expectativas do mercado financeiro.
Na véspera, houve piora no câmbio e o dólar voltou ao patamar dos R$ 5,45, conforme investidores repercutiram os sinais na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Os membros enfatizaram um discurso mais cauteloso sobre a condução da taxa básica de juros, a Selic
Além disso, o cenário no exterior segue incerto, em especial após uma declaração de uma diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também reiterou que os juros americanos devem permanecer altos por mais tempo. O mercado espera dados de inflação americana na sexta-feira para reafirmar essa posição.
Dólar
Às 9h15, o dólar opera em alta de 0,57%, cotado a R$ 5,4844. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4909. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 1,16%, cotado a R$ 5,4534.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,23% na semana;
- ganho de 3,89% no mês;
- alta de 12,38% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A principal notícia desta quarta-feira é o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A prévia da inflação registrou uma alta de 0,39% nos preços de junho. A expectativa do mercado financeiro era de que o IPCA-15 tivesse uma alta de 0,45% em junho.
Os índice foi puxado principalmente pela alta de 0,98% no grupo de Alimentação e bebidas, com um impacto de 0,21 ponto percentual (p.p.) no indicador. No mês passado, em maio, o indicador registrou um avanço de 0,44%, uma aceleração de 0,23 pontos percentuais (p.p.) em relação a abril, quando teve alta de 0,21%.
No fim do dia, o mercado também fica de olho na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve discutir as metas de inflação. O governo decidiu manter a meta de inflação em 3% para os próximos anos, mas decidiu pela mudança no sistema.
O sistema era o chamado “ano-calendário”, que analisa a inflação de janeiro até dezembro. Foi decidido que vai virar um sistema de “meta contínua”, em que vai se analisando continuamente se a meta está dentro do que foi definido, se a inflação está dentro da meta definida.
Na terça-feira, um dos fatores de piora do câmbio foi divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Após sete reduções seguidas na taxa Selic o colegiado decidiu fazer uma pausa no ciclo de cortes e manter os juros em 10,50% ao ano.
A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão maior de juros para 2024 em relação ao observado no começo do ano, além de indicativos de que os riscos que o BC leva em conta para mexer na Selic estão mais preocupantes.
O comitê informou, no documento, que o controle das estimativas de inflação, que estão em alta, requer uma “atuação firme” da autoridade monetária, e acrescentou que se manterá “vigilante”. Além disso, avaliou que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros, com possíveis aumentos na Selic, “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.
Fonte: G1