Se não fosse o celular, a dona de casa Maria Alcina Ferreira, 76 anos, teria ficado completamente incomunicável. Estou sem internet e telefone fixo desde o dia 1º de fevereiro. E antes disso, no dia 25 de janeiro, ambos os serviços começaram a falhar. Eu ficava sem o serviço de duas horas até o dia todo, conta Maria Alcina. A má prestação de serviços da operadora de telecomunicações pode ir parar na Justiça. É possível pedir dano moral e desconto na fatura pelos dias sem o serviço prestado, observa o advogado Frederico Damato.
Para Maria Alcina, a internet é mais do que um lazer – é a forma mais acessível de entrar em contato com parte de sua família, que mora no exterior. Eu falava com o meu filho, que está trabalhando no Canadá, e com minhas irmãs, em Portugal, pelo Skype, Messenger, e-mail, em geral uma vez por semana. Agora, estou sem notícias há mais de 20 dias. Não dá para ficar fazendo ligações internacionais pelo celular. A tarifa é muito cara, reclama.
Ela conta que suas irmãs que moram em Portugal ficaram preocupadas com a falta de notícias. Por sorte, outra irmã, que mora no Brasil, pôde avisar a elas, diz. Ela conta que um técnico da GVT foi enviado pela empresa no começo do mês de fevereiro, mas que o problema não foi resolvido. Ele constatou que o problema estava na rua, que teriam que trocar um cabo. No dia 17, fui informada que o problema seria resolvido 70 horas depois, o que não aconteceu, diz.
De acordo com Damato, se o serviço deixou de ser realizado num tempo razoável, frustradas as tentativas com a empresa, a saída pode ser o judiciário. Cabe até mesmo indenização por dano material, desde que provado, no caso de um profissional que precisa da internet ou do telefone para trabalhar, diz o advogado.
Resolvido
A GVT informou, via assessoria de imprensa, nformou que na sexta-feira solucionaria o problema. E resolveu: 22 dias depois do início das falhas. Por meio de nota, a GVT informou que identificou um rompimento na fiação externa responsável pelo serviço na casa da cliente.
A operadora informou que os dias de indisponibilidade de internet e telefone serão descontados na próxima fatura. O caso de Maria Alcina fará parte das análises da área de atendimento ao cliente da GVT para contribuir na melhoria de processos internos, diz trecho da nota. A operadora pediu desculpas pelo transtorno e ressaltou que o caso é pontual, dentro da base de usuários dos serviços da GVT em Minas Gerais, onde atua desde 2007.

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