Está chegando o fim do ano e nas casas legislativas daqui e nas de lá de Brasília, com ou sem intervenção do Judiciário, se aproxima, figurativamente, “a hora da onça beber água”.

David Alcolumbre, Rodrigo Maia e Mauro César, este daqui, porém assíduo frequentador dos gabinetes da capital da República, nem todos muito republicanos, a esta altura dos acontecimentos já estão mexendo com as pedras que restaram no tabuleiro para, de uma forma ou de outra, fazerem seus sucessores, o que, de certa forma ainda lhes deixa a sensação de que não perderam, de todo, o gosto do poder.

Colocamos aqui os três personagens citados em pé de igualdade, claro que guardadas as devidas proporções, de vez que são ilustres representantes de casas legislativas, que ali chegaram através do voto popular.

Se no desempenho das funções que lhe foram confiadas, trabalharam a contendo ou não, só as urnas, como já ocorreu para um deles, trarão a resposta para esta indagação.

Dois deles, é claro, demonstraram, até o último momento, a convicção de que permaneceriam tendo em suas mãos o poder emanado da Câmara Federal e do Senado,  o que lhes permitiu se contraporem ou não, frente aos desejos e interesses do Executivo,  forçando a barra  para obterem as barganhas que todos conhecemos e que, via-de-regra, se tornaram em ganhos para si ou para seus grupos, ou quem sabe, para os correligionários de uns, comparsas no entender de outros, mas que lhes garantiriam, agora, no apagar das luzes de 2020, a permanência no cargo que, para eles, tem o cheiro e o sabor que só o poder lhes faz degustar (desfrutar) , cotidianamente. 

E haja mordomias! Viagens, cartões corporativos e facilidades mil que, para poucos, são permitidas.

Se lá na esfera federal, na prática,  a coisa funciona assim, é claro que por aqui, na municipal, tudo transcorre  em menor escada de valores ou de intensidade mas, não deixa também ser, uma motivação capaz de inebriar a cabeça de muitos a ponto de, em poucos anos, gerar grandes modificações de comportamento e de atitudes trazendo resultados práticos, que, vindos das urnas, nos mostram que algo andou, se não de todo fora dos trilhos, ainda assim foi capaz de fazer com que uma carreira que nos parecia promissora, repentina mas não inexplicavelmente,  descarrilhasse.

Melhor assim. O amigo ainda é jovem e com inteligência e humildade, que esperamos que não lhe faltem, terá tempo de reerguer-se politicamente e quem sabe, qualquer ano destes o vejamos lá na esfera federal que ele, nós sabemos, tanto admira e almeja.

Ah! Voltando ao preâmbulo, aguardemos o resultado das eleições das chapas que disputarão a mesa de nossa Câmara e você leitor, certamente, entenderá o que pretendemos dizer sobre a importância de certas influências do poder, para a prevalência de um (in) certo continuísmo.

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