Os Estados Unidos, no dia 06.03, aprovaram no Senado, preliminarmente, projeto de lei de ajuda de 1,9 trilhão de dólares, e agora depende da aprovação final da Câmara.

No projeto, a maior economia capitalista prevê programa público de auxílio para os agentes econômicos (trabalhadores, empresas, auxílio ao desemprego, entes públicos, escolas, locadores, etc.), em um plano de intervenção e estímulo para a reativação econômica, e se junta aos já implementados estímulos monetários, via aumento do crédito e baixas taxas de juros, no estilo de uma política keynesiana, criada por John Maynard Keynes (1883-1946), economista fundador da macroeconomia e influenciador da política de gastos públicos para solucionar recessões.

O pacote fornece à maioria dos americanos que ganham até US$ 75.000 anual um cheque de US$ 1.400, estende um aumento federal de US$ 300 semanais para benefícios de desemprego até agosto, remete US$ 350 bilhões para governos locais para compensar a diminuição de receitas causada pelo coronavírus, destina US$ 130 bilhões para auxiliar a reabertura de escolas e faculdades, aloca US$ 30 bilhões para ajudar locatários e proprietários a enfrentar as perdas, dedica US$ 50 bilhões para auxílio a pequenas empresas, destina US$ 160 bilhões para vacinas (desenvolvimento e distribuição), estende o crédito fiscal para crianças.

Esses estímulos visam compensar, em parte, as perdas econômicas provocadas pelas consequências das medidas para prevenção contra o vírus, como o isolamento social, voluntário ou determinado pelas autoridades públicas, e a diminuição da movimentação social (dentro e entre as cidades), gerando a suspensão dos projetos individuais (viagens, cursos, restaurantes, passeios, etc.). A economia sentiu a falta de movimentação das pessoas e, sem clientes, muitos agentes econômicos deixaram de ganhar o seu sustento, empresas ficaram insolventes, pessoas perderam empregos, empresas e pessoas perderam renda.

Vivemos uma cena impossível de se pensar antes da pandemia, com cidades com ruas vazias, restaurantes e lojas fechadas, locais de eventos abandonados. Os hospitais, por sua vez, estão lotados de pacientes infectados com o coronavírus. As pessoas, em sua maioria, estão em suas casas, à espera da vacina com a cura, e se protegem, na fuga do vírus, não querem contato com outras pessoas sob o receio de serem infectadas.

O estímulo econômico americano é um alento para o povo e acontece em um momento de aceleração da imunização, já tendo vacinado 25% de sua população. Assim, espera-se os esforços, de vacinação e de estímulo, gerar a desejada reativação econômica.

Para o mundo, o projeto é um exemplo para as demais economias capitalistas, onde em tempo de crescimento o Estado deixa o mercado concorrencial funcionar com menor intervenção e em crise econômica, como a atual, o Estado supre o mercado e estimula os agentes econômicos a se recuperarem.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

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