Depois do Rio de Janeiro, foi a vez de o Rio Grande do Sul decretar estado de calamidade financeira, que permite que uma unidade da federação possa driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Esse é, para mim, um dos maiores problemas do Brasil: há sempre uma portinha na legislação para servir de saída a contraventores e, no limite, criminosos.

Não deveria colar a balela de que os estados se encontram em dificuldade porque a recessão causou uma queda vertiginosa de arrecadação. Eles chegaram a esse ponto porque, já faz tempo, vinham gastando muito mais do que podiam. Um dia antes de decretar o estado de calamidade financeira, o governador Ivo Sartori, do PMDB, anunciou que extinguiria onze órgãos e também secretarias, além da privatização de três estatais. Ora, só pode ser extinto o que não é essencial. Por que ele não tomou essa atitude lá atrás?

Administradores de verdade se antecipam ao primeiro sinal de perda de receita; administradores de verdade não torram dinheiro com excesso de repartições, funcionários e publicidade; administradores de verdade não roubam nem deixam roubar.

Não houvesse portinhas de saída na legislação, os culpados pela calamidade financeira necessariamente se tornariam réus por crime de responsabilidade.

Esses governantes que, depois de anos no poder, posam de vítimas deveriam ser processados, condenados e perder os direitos políticos. Eles não passam de um bando de Dilmas.

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