No início do mandato de Moacir Ribeiro, as dívidas deixadas pela gestão de Aluísio Veloso justificaram uma série de dificuldades e o engessamento das ações do Executivo.
No dia 28 de fevereiro do ano passado, em uma coletiva concedida à imprensa formiguense, foi divulgado que a dívida deixada pela gestão anterior chegava ao montante de R$4 milhões. ?Já pagamos quase R$4 milhões da administração passada. Com isso, os nossos projetos (promessas do Moacir) irão atrasar um pouco, creio que mais de 60 dias?, disse à época, o chefe de Gabinete, José Terra de Oliveira Júnior.
Esses 60 dias previstos pela administração se transformaram em quase dois anos de total letargia, sem que se desse início a sequer uma obra prometida. Ficou tudo no papel e nos discursos do prefeito. E nem as obras deixadas de herança, com verba garantida, como é o caso da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a creche do bairro Ouro Verde, a Praça do PAC , ETE e tantas outras, a gestão de Moacir conseguiu concluir.
Não bastasse essa situação, dentre tantas outras questões, a cidade tem colecionado problemas gravíssimos no setor da saúde, e desde o mês de outubro, o funcionalismo público tem sofrido com as alterações e atrasos nas datas de pagamento por causa da situação crítica dos cofres do município. A má notícia mais recente foi a do não repasse para o instituto de previdência dos funcionários públicos da cidade (Previfor) de valores referentes ao mês de outubro recolhidos em folha. Caso que pode esconder uma situação ainda mais grave.
Essa semana, durante a reunião da Câmara, o vereador Mauro César expôs em números, o que pode ser o resultado dessa má gestão. Segundo o legislador, a dívida do município já ultrapassa os R$15 milhões. ?Essa gestão irresponsável e incompetente está custando caro demais para a cidade?, comentou.
Em várias notas oficiais, a Prefeitura justifica as dificuldades financeiras afirmando estar com problemas na arrecadação e queda dos repasses feitos pelo governo, porém, a receita prevista para o ano foi acrescida em mais de R$7 milhões e o problema pode estar mesmo na má gestão e nos gastos extras.
O valor apontado pelo vereador pode ser maior ou menor. Para saber detalhes da dívida e o montante exato da mesma até o momento, o jornal consultou a Secretaria de Comunicação. A informação foi de que não havia condições de precisar o valor e que a questão seria encaminhada para a Secretaria de Fazenda e então repassaria as informações. Decorridos mais de 3 dias sem que a resposta fosse enviada, e sabedores de que a contabilidade pública é fechada diariamente (vide Portal da Transparência), sem entender as razões de tal demora, o jornal optou por divulgar esta matéria apenas com os dados iniciais, que são alarmantes.

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