A Federação Nacional de Enfermagem (FNE) anunciou uma paralisação dos enfermeiros em todo o país, nesta sexta-feira (10), para reclamar o piso nacional da enfermagem, que está em disputa desde 2022.

Em Minas Gerais, os sindicatos que representam os setores públicos não aderiram à paralisação, que dizem não ter sido oficialmente convocada pela federação. Já o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de BH e Região (Sindess), que representa os profissionais da área privada, promoveu um ato na praça da Estação, no centro, em campanha salarial.

Por volta das 10h, cerca de 50 pessoas se manifestavam na praça, de onde planejam seguir até a praça Sete. O presidente do sindicato, José Maria Pereira destaca que a categoria ainda aguarda um novo posicionamento do governo federal. “Temos esperança de que o presidente Lula cumpra o que prometeu. Mas confiança, infelizmente, não podemos ter em governante nenhum. Até porque nosso piso saiu e, quando esperávamos que fosse pago a partir de 4 de setembro de 2022, tivemos a surpresa de ele ser suspenso”, diz.

O presidente Lula (PT) afirmou, neste ano, que irá “resolver o problema” do piso, em suas palavras, porém não informou o prazo para que isso ocorra. Uma lei sancionada pelo governo federal em 2022 fixa em R$ 4.750 o salário de enfermeiros, R$ 3.325 o de técnicos de enfermagem e R$ 2.375 o de auxiliares de enfermagem e parteiras. Com incerteza sobre como isso impactaria os gastos do governo, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Roberto Barroso suspendeu a medida em setembro do último ano e, desde então, ela não entrou em vigência.

Presidente do Sindicato das Enfermeiras e Enfermeiros de Minas Gerais (SEEMG), Anderson Rodrigues avalia que a questão do piso da enfermagem está avançando no governo. “Na última assembleia [do sindicato], do dia 2 de março, deliberamos por manter o estado de greve, mas não aderir à paralisação ou greve do dia 10 de março, uma vez que as negociações estão avançando, mesmo que ainda lentamente. Apoiamos os movimentos, mas nossa categoria deliberou e seguimos a assembleia, que é soberana”, declarou, por meio de nota.

A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG), Neuza Freitas, reforça que as entidades mineiras não aderiram à paralisação nesta sexta-feira. “Nós, nos Estados, precisamos que o Fórum convoque a greve, porque é uma pauta nacional. As entidades em Minas Gerais entenderam que a greve não foi convocada. Diante disso, as entidades estaduais decidiram não chamá-la”. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) convocou uma assembleia geral, com paralisação e indicativo de greve, para a próxima quinta-feira (16), na praça da Estação.

Fonte: O Tempo

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