Com um acerto aqui e outro ali e contando com pequenos erros que aos poucos vão sendo corrigidos, a população brasileira vem aos trancos e barrancos, enfrentando este tsunami que nos abateu, provavelmente, após haver sido gestado na estrondosa ´furrupa’ de carnaval, promovida pelos nossos prefeitos nas maiores e também nas menores cidades deste país.

É difícil acreditar que suas excelências, com todo o aparato de especialistas nas artes da informação de que dispõem, não tenham percebido que a volúpia na caça de recursos ou de votos, não viesse a terminar na tragédia que hoje enfrentamos.

É óbvio que todos eles sabiam que a vinda de milhares de turistas oriundos de todas as partes do mundo onde a epidemia já se alastrava, assim como o retorno dos nossos mais abastados conterrâneos que, se aproveitando do feriadão mais que prolongado, saíram mundo afora em busca de descanso, resultaria no fato de que todos estes trariam até aqui, aboletados em seus corpos ou nas suas bagagens, no mínimo, alguns poucos exemplares do corona. Embora poucos, quem sabe, tiveram a capacidade de se multiplicarem aos montes!

E o resultado aí está. Todos nós sabemos que, seguramente, dos muitos daqueles que aqui vivem, sabe-se lá quantos milhares, pagarão com a própria vida pelo que nos sobrou desta brincadeira de mau gosto.  Folia e orgia nuns poucos dias, em troca de sofrimento, agonia e luto por longo tempo! A equação final é esta, apesar de simples e de fácil compreensão.

Aqui na pequena Formiga, felizmente, e com a adoção de muitas das medidas preconizadas pela OMS e recomendadas pelo Ministério da Saúde e das Secretarias Estadual e Municipal do mesmo ramo, até então, mesmo sabendo que o número de casos está subnotificado, até o dia 1º de abril não contabilizamos nenhum caso conformado e nem morte causada pelo tal vírus. E apesar de termos acabado de viver mais um primeiro de abril – Dia de mentira, ainda assim lhes afirmamos que o acima dito, ‘é vero`!

Porém, é preciso registrar que por aqui já há muita gente boa se movimentando e querendo que o pacto de isolamento social se rompa. Líderes de categorias como comércio, indústria, de serviços e de outros ramos produtivos já apontam para este posicionamento e contaram, não faz muito tempo, com o apoio, ainda que à distância, do Presidente da República que em falas na rede nacional e por suas aparições em locais públicos, tem dado exemplo de desobediência civil, aquecendo assim, os ânimos dos anteriormente citados.  Vergonhoso o comportamento do homem apesar de que, com ele concordarmos, pois, a dose do remédio a ser administrado não pode ser mais forte que a doença em si. Fome, arruaças e saques, se ocorrerem, serão tudo o que a turma do contra precisa para voltar ao poder e colocar em prática o plano que durante décadas, eles moldaram aos poucos e sorrateiramente.

Nós acreditamos, piamente, que enquanto não existir vacina contra este mal, o melhor remédio é sim, contarmos com uma imprensa independente, por onde circule a informação correta, sem cor partidária, auxiliando assim os governos na tarefa de educar e sensibilizar as pessoas para o fato de que, nesta guerra, ou entramos todos unidos e de mãos dadas, de peito aberto ou, mais cedo ou mais tarde, sucumbiremos. E isto dependendo apenas do achatamento ou não da tal curva que hoje já é conhecida como a ‘curva do Mandetta´.

Diante disto é preciso ter muita calma e seriedade no trato da questão. Estar confinado em casa em razão da idade, da fragilidade quanto às imunidades ou até mesmo por haver sido incluído dentre os que precisam cumprir quarentena, não quer dizer que o indivíduo, pobre, rico ou miserável, ou mesmo aqueles que o cercam, devam ser estigmatizados.  Ao contrário, a estes os municípios devem, em acordo com o Estado e a União, oferecer além do suporte na área de saúde todo o amparo que a área que cuida do social deva lhes ofertar. Ninguém vai ficar em casa, com fome, sem poder ir à padaria ou aonde quer que seja, simplesmente porque não dispõe de uma máscara ou porque não tenha uma certa quantidade de álcool gel para se higienizar.  Agua limpa e sabonete, sabidamente, não são encontrados em todas as residências de periferia desta cidade. Em muitas destas famílias, isto há tempos já não mais faz parte da lista de compras. São objetos de “luxo”.

Se o governo por um lado, tem que se atentar para esta realidade, – (e saibam que muitos nesta condição não fazem parte do tal cadastro social e nem recebem bolsa família ou qualquer outro tipo de auxilio governamental) -, a população vizinha deles pode e deve, num gesto de solidariedade, ao menos tentar suprir a falta que sabidamente existirá por parte dos governos que em especial nesta hora em que o número de pessoas a serem atendias cresce exponencialmente, é mais que precária.

Outra ação que ajudaria muito seria se todos nos cuidássemos contra as milhares de fakes news que se disseminam nas redes sociais, não propagando as falsas notícias que além de roubarem tempo e recursos das autoridades só agravam a situação, em especial a daqueles que precisam de ajuda. Esta postura, repetimos, já seria algo de grande relevância.

E tem mais: não é hora de politicar. Nesta luta só há um lado. O daqueles que com valentia e garra estão enfrentando o tal corona e procurando diminuir seu desenfreado avanço. Estes sim, estão defendendo nossas vidas. Aos médicos, enfermeiros e outros profissionais da área, aos garis, policiais, bombeiros, equipe do Samu, e todos quantos estão fazendo a máquina pública funcionar, aos caminhoneiros e demais prestadores de serviço, o nosso aplauso e o nosso compromisso, afirmando-lhes que: Fiquem tranquilos, porque nós, graças a vocês, podemos atender o apelo de não sairmos de casa!

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