Há 5 meses, Adinalva Gonçalves Pereira aguarda enterrar a filha Débora Cristina Gonçalves Dias, de 19 anos, que estava grávida de 7 meses e foi executada a tiros. A vítima teve o corpo carbonizado. Os corpos de Débora e do companheiro dela, Bruno Silva, foram encontrados dentro de um carro, em uma fazenda em Taquaraçu de Minas, em janeiro deste ano.

Uma falha de uma peça do equipamento de identificação do DNA, no entanto, impede o reconhecimento dos corpos do casal, que seguem no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, conforme revelou a mãe de Débora à reportagem. “Não tem como reconhecer um corpo carbonizado. Ela estava sem documento. Até hoje eu não sei se é ela. Sei que ela sumiu. Eles falaram ser ela, mas eu não sei”, disse. 

Crime

Conforme divulgado à época pela Polícia Militar (PM), um motorista de aplicativo, de 58 anos, atendeu ao pedido de um amigo e fez uma corrida particular saindo do bairro Palmital, em Santa Luzia, levando o homem e a companheira dele. O destino do casal não foi informado e o passageiro teria recebido uma ordem, por telefone, para encontrar com um veículo, modelo Palio, de cor preta e seguir o carro. 

Ainda segundo a PM, o motorista de aplicativo informou que quando encontraram o carro, homens armados desceram, o renderam e o agrediram. Depois, ele foi colocado no porta-malas de um veículo enquanto os bandidos levaram o casal no próprio automóvel do trabalhador. O motorista foi deixado em um local ermo.

O casal foi executado no bairro Pinhões, ainda em Santa Luzia, e depois levado para a zona rural de Taquaraçu de Minas. Com a ajuda do rastreador, o carro foi encontrado incendiado, e as vítimas estavam dentro do veículo.

“Abafaram o caso. Quero saber o que está acontecendo. Como que fazem isso e a polícia não os prende? É um absurdo. Cinco meses e nada. Eles estão soltos, e eu estou sofrendo. Não durmo. Não pude enterrar minha filha até hoje. Não me falaram nada. Ela era uma moça, cheia de sonhos, tinha 19 anos e estava doida para ser mãe”, desabafa a mãe de Débora. 

O que diz a Polícia Civil 

Em nota, a Polícia Civil diz que o processo de identificação dos dois corpos não foi concluído devido a defeito apresentado em equipamento específico, denominado quantificador de DNA. Informa também que em 6 de julho um pregão será feito para a manutenção corretiva do aparelho.
 
A nota reitera que, pelo fato de os corpos terem sido encontrados carbonizados, a identificação não foi possível por papiloscopia, antropologia ou odontologia, o que demanda maior prazo. 

A Superintendência de Polícia Técnica-Científica da Polícia Civil Minas Gerais informa que, após a realização do pregão para a aquisição desta peça, a identificação dos dois corpos deverá ser finalizada em até 30 dias. 

Questionada se o problema na peça atrapalha a identificação de outros corpos, a Polícia Civil disse que fará checagem a fundo, pois no processo de identificação há vários segmentos corporais. Uma resposta mais concreta deve ser dada ainda nesta segunda-feira (21),

A Polícia Civil também reitera solidarizar-se com os familiares das vítimas.

Fonte: Itatiaia

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