É recente a polêmica sobre os métodos de ensino nas escolas brasileiras, após o aparecimento do movimento “Escola sem Partido”, o qual discorda de outras metodologias de ensino, entre elas a pedagogia de Paulo Freire.

Na posse no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro celebrou ser este dia de libertação do povo, entre outras coisas, do politicamente correto, no qual Escola sem Partido está contido.

Politicamente correto é um movimento iniciado nos Estados Unidos, pela direita conservadora, atribui um plano de dominação ideológica de esquerda, emanado de instituições de ensino, e depois passaram a desconstruir agendas de igualdade (gênero, cotas, ações afirmativas, etc.).

No Brasil, Escola sem Partido foi criado pelo advogado Miguel Nagib, pretende rever os conceitos de política, sem dogmas doutrinários, defende ser a escola um lugar apenas de estudo das disciplinas da grade curricular, sem a propalação de ideologias e causas partidárias. Considera as escolas e os livros didáticos transmissores de conhecimento repleto de conceito ideológico, principalmente marxista.

Nosso país adotou o método de Paulo Freire, afamado pedagogo, autor de um dos livros de pedagogia mais lidos do mundo, Pedagogia do Oprimido. Prega uma educação libertadora, com estímulos para os alunos criticarem a realidade e fazerem suas próprias descobertas. É adotada em diversos países do mundo, como Finlândia, Estados Unidos, Coreia do Sul, etc.

Teoricamente, a pedagogia de Paulo Freire tem o objetivo de formar pessoas com espírito crítico, independentes, sem se ater apenas ao conteúdo dos livros didáticos.

O Escola sem Partido tem razão em apontar a necessidade eventual de professores não propalarem ideias pré-concebidas de qualquer matiz. Por outro lado, comete certos equívocos, como criar ainda mais dificuldades para estes profissionais, esquecer ser todo professor um ser humano e com opinião própria, o material didático é estático e as divergências são de natureza criativa, todos têm o direito de constitucional de expressar suas opiniões.

A formação de pessoas com espírito indagador da realidade incomoda a quem tenha interesse em manipulá-las, especialmente as elites dominantes ou os governantes.

A aula dinâmica aumenta o interesse do aprendizado e quando é tediosa gera o desinteresse.

Também, deve-se evitar criminalizar toda forma de docência, seja de qual nuance for, para não termos a criação de polícia política para coibir comportamentos de expressão.

A afirmação do governo atual, dos problemas das escolas brasileiras serem de ordem doutrinária, é completamente inócua, vaga, sem lógica e distorce o debate de ações a serem adotadas para vencer as dificuldades para alcançarmos a melhoria da educação brasileira.

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