O desempenho dos estudantes do ensino médio da rede pública em Minas Gerais em língua portuguesa e matemática está muito abaixo do esperado. No melhor diagnóstico, os alunos apresentam um nível de performance apenas básico, em português. Mas quando o assunto são os números e cálculos, cai ainda mais.

Em Formiga, o portal entrou em contato com a inspetoria de ensino, que não confirmou se haverá aulas de reforço nos estabelecimentos de ensino da rede pública do município.

Para tentar reverter a situação, a saída encontrada pelo Governo de Minas, em um primeiro momento, é oferecer aulas de reforço para as turmas com resultado mais baixo.

A ideia é a de que essas aulas comecem a ser oferecidas já no segundo semestre. Para isso, haverá necessidade de contratação de professores. No entanto, não foram informados o número necessário nem quando isso ocorrerá.

Os dados de desempenho escolar são do Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública (Simave), divulgados ontem pela Secretaria de Estado da Educação (SEE).

Em outubro do ano passado, cerca de 365 mil alunos do 1º e do 3º anos do ensino médio fizeram as provas do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb). A prova foi aplicada também para estudantes do ensino fundamental, mas a situação mais crítica está no ensino médio.

A secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, reconhece que o ensino público mineiro precisa melhorar e afirma que essa “intervenção pedagógica” será feita já no ensino fundamental, para que o aluno chegue ao ensino médio mais capacitado para interpretar textos e resolver cálculos.

Macaé estima que cerca de 30% das 9.183 escolas públicas do Estado precisarão de apoio. Além das aulas extras, estuda-se a oferta da escola em tempo integral. “Queremos ofertar este apoio já a partir do 7º ano do ensino fundamental para garantir que o estudante tenha no ensino médio uma trajetória de mais sucesso”, diz.

Desafio para o Enem

Para os estudantes do 1º ao 3º anos do ensino médio, a preocupação é prepará-los de forma melhor para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo um mapeamento feito pela SEE a partir das inscrições no exame em 2015, 40% dos alunos não têm perspectiva de realizar o teste que permite a entrada no ensino superior.

“Todo o gargalo no ensino médio está no déficit de aprendizado na educação básica”, diz Frederico Maximiliano, diretor da Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira, no bairro Juliana, região de Venda Nova.

Para ele, é preciso criar ações que mantenham o aluno na escola. “Muitos dos meus alunos fazem dupla jornada, alternando educação e trabalho, e não se interessam pelas provas do Proeb e do Enem, porque não sabem resolver problemas básicos de matemática. Quando faltam ao exame, o Simave computa como se eles tivessem tirado zero, o que interfere no desempenho de toda a escola”, explica.

Ensino fundamental

Os indicadores de desempenho para alunos do 7º ano que fizeram o Proeb não são tão graves como os do ensino médio, mas ainda assim exigem atenção. Em língua portuguesa ficaram no nível recomendado.

Já em matemática, o padrão é intermediário – estão no processo inicial de desenvolvimento das competências e habilidades necessárias para aquela etapa.

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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