Ironicamente, uma das propriedades prejudicadas pelos constantes vazamentos de esgoto oriundos de problemas que com certa constância ocorrem na Estação Elevatória de Esgoto do bairro Cidade Nova, se denomina “Chácara do Sossego” e, segundo o reclamante, Benevides José de Souza, a falta de manutenção e zelo, são a principal causa para que boa parte do esgoto gerado e recolhido extrapole os limites da caixa coletora, vazando e contaminando tudo por onde percorre.
As bombas de recalque ali existentes deveriam funcionar ininterruptamente, e quando isto não acontece, ocasionam o vazamento do líquido que escorre pelo caminho aberto junto à linha férrea e acaba contaminando nascentes e cursos d’água que, por décadas, serviam as propriedades que se situam na depressão de terreno abaixo do bairro em direção ao Engenho de Serra.
Bombas de recalque
As bombas de recalque se localizam nos fundos do Cemitério Parque da Saudade, na rua Iracema de Oliveira Costa e o líquido infectante e mal cheiroso percorre, como dito, alguns quilômetros infectando o solo, nascentes e cursos d’água, em seu curso a caminho do Engenho de Serra.
“Há muitos anos que lutamos contra este problema e inúmeros boletins de ocorrência já foram feitos, denunciando este crime que se perpetua ao longo dos tempos. Para se ter uma ideia, a própria Polícia Ambiental nos proibiu de utilizar as águas – contaminadas – inclusive para a irrigação ou matar a sede de animais domésticos”, informou o reclamante.
“Nós tínhamos ali dois tanques de criação de peixes e a mortandade por contaminação nos fez acabar com a produção e com mais essa fonte de renda. Criação de galinhas e de porcos também já era”, disse.
O reclamante exibiu algumas fotos e dentre elas, destaca-se a de um animal morto (tatu), que segundo Benevides, tentou beber da água em um poço contaminado e ali mesmo ficou. Segundo o sitiante, a provável causa da morte do animal foi envenenamento pela água.
Tatu morto, possivelmente após beber água contaminada
Benevides esteve mais uma vez no Gabinete do prefeito Moacir Ribeiro, nessa semana, mas diante da resposta do diretor do Saae, que segundo ele não espelhava a realidade dos fatos, decidiu novamente pedir ajuda à Polícia Ambiental para que de posse de mais um B.O., pudesse solicitar ao Ministério Público uma intervenção na busca de solução urgente que beneficie o meio ambiente e a saúde de todos aqueles que dependem daquelas águas.
Segundo consta do laudo da Policia Ambiental que atendeu a ocorrência in-loco, as bombas de recalque não estavam funcionando no momento da averiguação, quando também se constatou todas as irregularidades denunciadas pelo reclamante.
Esgoto correndo paralelamente à linha férrea
Diz o laudo em certo trecho:
(…) Foi detectado a poucos metros da estação elevatória, um ponto de vazamento de esgoto, correndo a céu aberto por vários metros, junto à margem da ferrovia, que passa pelo bairro, tendo alcançado uma área de declive muito pronunciado (grota), onde caía em um canal aberto de captação e condução de água pluvial, através do referido canal. O esgoto percorreu sob a linha férrea, tendo atingido uma nascente (…)
O que diz o Saae
O diretor do Saae, Ney Araújo, ouvido a respeito, informou que “realmente houve um problema na estação elevatória em razão de um defeito nos automáticos das bombas. Isto nos obrigou a fazer um controle manual. Mas, já determinei o imediato reparo e acredito que logo, tudo estará normalizado”.
Redação do Jornal Nova Imprensa