Até pouco tempo, os cientistas não conseguiam apontar no cérebro os efeitos que partes diferentes, porém interligadas, produziam durante o sono. Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (25) usou uma técnica recém-desenvolvida, que usa a luz para monitorar as células do cérebro ? chamada optogenética ?, e mostrou que o sono fragmentado debilita a memória dos camundongos.
Segundo o estudo, ?o mínimo de sono interrompido é crucial para a consolidação da memória, independentemente da quantidade total de sono?.
A descoberta confirma uma desconfiança antiga dos cientistas, mas a área é muito difícil de pesquisar e nunca antes a hipótese pôde ser confirmada.
O grande desafio que os cientistas da Universidade Stanford, nos EUA, encontraram foi como eles fragmentariam o sono dos camundongos em períodos curtos sem afetar a duração nem provocar estresse.
Roedores são animais muito sensíveis, como explica Luis de Lecea, um dos autores do estudo, e qualquer um dos dois aspectos alteraria o resultado.
Segundo Lecea, a descoberta só foi disponível por causa da optogenética, definida em suas palavras como ?uma forma muito, muito sutil de fragmentação de sono?.
A longa desconfiança dos cientistas, entre eles os especialistas de Stanford, se dá pelo fato de que os problemas de memória são comuns entre pacientes com alcoolismo e apneia do sono, que raramente conseguem uma noite de sono contínuo.
Os resultados da pesquisa foram publicados pela revista científica ?Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

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