Os casos prováveis de chikungunya em Minas aumentaram 3.375,5% neste ano em relação a 2016. Enquanto os registros da dengue e do zika vírus tiveram queda em 2017 no Estado, os de chikungunya aumentaram de 503, de janeiro a dezembro de 2016, para 17.482, de janeiro a outubro deste ano.

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Rodrigo Said, pode haver em breve uma explosão de chikungunya em Minas. A doença, que é transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti, era mais comum nas regiões Nordeste e Leste do Estado e está avançando para a região Central, onde há uma grande densidade populacional. Os casos de chikungunya já aumentaram no Vale do Aço, e a doença avança para a região metropolitana de Belo Horizonte.

“A chikungunya foi identificada pela primeira vez em 2015, e, quando você tem a introdução de um vírus novo em qualquer comunidade, existe uma grande possibilidade de uma rápida explosão pelo fato de a população não ter uma proteção natural contra esse vírus”, disse Said.

Mobilização – De acordo com o subsecretário, até maio de 2018, todas as condições são favoráveis para a proliferação do Aedes. Por isso, o governo tem desenvolvido ações específicas de mobilização junto à população e está fazendo investimento para suporte nas ações técnicas.

Uma nova campanha do governo de Minas foi lançada nessa terça-feira (24) na Cidade Administrativa com o tema “Com o Aedes não se brinca”. O objetivo é chamar a atenção da população e das equipes para o real risco da transmissão da chikungunya em Minas. “Temos um plano de investimento, como aquisição de veículos e equipamentos motorizados para apoio nas ações de controle da transmissão. Estamos qualificando toda nossa parte de vigilância laboratorial, que é um grande problema de dengue, chikungunya e zika”, afirmou o subsecretário.

Além disso, o governo realizou um seminário para capacitar profissionais de saúde de todo o Estado. “Estamos desenvolvendo uma nova metodologia em Minas para monitoramento do vetor através da aquisição de armadilhas, conhecidas como ‘ovitrampas’, já utilizadas na capital desde 2001, para 135 municípios, monitoramento quinzenal da real situação do Aedes e propondo ações oportunas”, explicou Said.

 Imunidade – Rodrigo Said explica que a imunidade para a dengue é adquirida a partir do vírus que a pessoa contrai – existem os tipos 1, 2, 3 e 4 – e que ela pode ter a doença quatro vezes. Já no caso da chikungunya, uma vez infectado, o indivíduo não contrai a doença novamente. As duas podem evoluir para a morte.

Dor – A dor é maior na chikungunya, e a recuperação, mais lenta. “Além de ser uma dor muito mais intensa que na dengue, ela ocorre nas mãos, nos punhos e nos joelhos. As dores duram mais de três meses”, afirmou. No caso da dengue, o período de dores não passa de dez dias.

 

 

Fonte: O Tempo ||

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