Os fatores ambientais que levam à infertilidade masculina foram um dos assuntos em destaque no primeiro dia do 23º Congresso Internacional de Prática Ortomolecular e Radicais Livres, ocorrido na semana passada, em São Paulo.
Segundo o urologista Jorge Hallak, autor de uma palestra sobre o tema, como o escroto é externo, os espermatozoides ficam sujeitos a fatores ambientais, como poluição.
Embora o organismo tenha mecanismos para regular as condições de produção dos espermatozoides, situações como a exposição à fumaça de carros e até mesmo o tabagismo geram radicais livres em excesso e aumentam as lesões ao DNA das células. Isso está gerando uma piora na qualidade do sêmen e diminuindo a fertilidade masculina, explica Hallak, que é coordenador da unidade de toxicologia e medicina reprodutiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Após cinco anos de estudo sobre o assunto, a equipe de Hallak constatou que o uso de suplementos de antioxidantes, somado à mudança de hábitos, incluindo alimentação saudável, emagrecimento e abandono do cigarro, conseguem reverter o quadro. Conhecer o mecanismo de infertilidade está permitindo avanços no tratamento desses pacientes, diz Hallak.
No entanto, pesquisas com usuários de crack e de cocaína mostram que os efeitos dessas drogas sobre a qualidade do sêmen são devastadores. E ainda não se sabe se é possível revertê-los, diz Hallak.

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