O governo federal decidiu fechar 393 unidades do programa “Farmácia Popular”, que são mantidas com recursos da União em todos os estados brasileiros. Os pacientes agora precisam recorrer às 34.500 farmácias conveniadas – que são empresas comuns que mantêm convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). No Centro-Oeste de Minas, unidades serão fechadas em Itaúna e Oliveira.

Ao justificar a decisão, o governo federal alegou que a maioria das pessoas que buscam as farmácias populares quer medicamentos que também são encontrados nas farmácias conveniadas. O Ministério da Saúde explicou que os fechamentos são uma forma de economizar recursos, já que as unidades do “Farmácia Popular” consomem R$100 milhões por ano. Segundo o órgão, 80% desse total são usados apenas para mantê-las funcionando. O restante é aplicado na compra dos medicamentos.

Agora, as Prefeituras que quiserem manter farmácias abertas deverão usar o próprio dinheiro.

 

Entenda a medida

Ainda segundo o governo federal, os medicamentos com desconto continuam nas farmácias identificadas com a frase “Aqui tem ‘Farmácia Popular'”. Quem tiver a receita terá o mesmo direito ao remédio. Mas, nas farmácias comerciais, existem valores mínimos para venda. “A redução neste valor pode chegar a 90%, mas será possível encontrar preços diferentes entre uma conveniada e outra”, explicou o Ministério da Saúde.

O Conselho Nacional de Saúde (CNS), que representa trabalhadores do setor e movimentos populares, manifestou preocupação com a decisão, alegando que a oferta de remédios baratos ou gratuitos poderá diminuir, pois as farmácias conveniadas oferecem apenas 25 medicamentos com descontos ou de graça. Já as farmácias federais que serão fechadas oferecem 125 remédios.

“São 100 medicamentos a menos disponibilizados à população. A preocupação central é o impacto que essa medida terá sem uma regra de transição e sem alternativas a quem precisa das farmácias populares. É preciso ficar claro como esse pessoal será assistido”, avaliou o órgão.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, quase 90% de quem procura remédios para hipertensão, diabetes e asma faz isso nas farmácias particulares cadastradas. O governo disse também que pretende abrir inscrições para que mais estabelecimentos passem a integrar o “Farmácia Popular”, que atende a cerca de 10 milhões de pessoas por mês. O principal público é a população com 60 anos de idade ou mais.

 

Fonte: G1||

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