A tradicional festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário de Formiga reúne todos os anos moradores afeitos aos festejos de expressão cultural no município. As comemorações começam na próxima sexta-feira (19) e vão até o domingo (21).
No primeiro dia de festa, a partir das 16h, ternos se reunirão na sede da irmandade em meio a festejos da Coroa Grande e Princesa Isabel e seguirão para a Igreja do Rosário, onde haverá a chamada Missa Conga.
Com a continuação dos festejos, no sábado e no domingo, após pausa para o almoço, os ternos se reunirão no Asilo São Francisco de Assis e, a partir das 18h, vestidos a caráter, com roupas coloridas e lendárias, farão um desfile na Igreja do Rosário.
As festas do Congado unem religiosidade e história dos escravos no Brasil, por meio de danças, cantos e muita alegria. A Irmandade do Congado de Nossa Senhora do Rosário de Formiga é uma entidade filantrópica, beneficente e de utilidade pública municipal e estadual.
A lenda do Congado
A lenda de Chico-Rei revela que a origem das festas do Congado está ligada à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Segundo a lenda, Francisco, escravo batizado com o nome de Chico-Rei, era imperador do Congo e veio para Minas Gerais com mais de 400 negros escravos.
Chico Rei era monarca guerreiro e sumo sacerdote do deus Zambi-Apungo e foi capturado com toda a corte por comerciantes portugueses traficantes de escravos. Chegou ao Brasil em 1740, no navio negreiro Madalena, mas, entre os membros da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio negreiro Madalena para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou.
Todo o lote de escravos foi comprado pelo Major Augusto, proprietário da mina da Encardideira, e foi levado para Vila Rica como escravo, juntamente com seu filho. Trabalhando como escravo conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a mina da Encardideira. Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Os escravos libertos consideravam-no rei.
Este grupo associou-se em uma irmandade em honra de Santa Ifigênia, que teria sido a primeira irmandade de negros livres de Vila Rica. Ergueram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Chico Rei virou monarca em Ouro Preto, antiga Vila Rica em Minas Gerais no século XVIII, com a anuência do governador-geral Gomes Freire de Andrada, o conde de Bobadela.
No dia de Nossa Senhora do Rosário, ocorriam as solenidades da irmandade, denominadas Reinado de Nossa Senhora do Rosário. Durante estas solenidades, Chico, coroado como rei, aparece com a rainha e a corte, em ricas indumentárias, seguido por músicos e dançarinos, ao som de caxambus, pandeiros, marimbas e ganzás. Este cortejo antecede a missa.

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