Rio de Janeiro. O filho mais velho do empresário Eike Batista, Thor, 20, atropelou e matou um ciclista na noite de anteontem, no Rio de Janeiro. O ajudante de caminhoneiro Wanderson Pereira da Silva, 30, foi atingido pelo carro do rapaz, um Mercedes SLR McLaren, quando trafegava de bicicleta na rodovia Washington Luís, na altura do bairro de Xerém, na Baixada Fluminense. A vítima morreu na hora. Wanderson foi enterrado ontem no cemitério de Xerém.
Em nota, a assessoria do grupo EBX, de Eike Batista, afirmou que o ciclista atravessava inadvertidamente a rodovia no momento do acidente. Já a tia e mãe de criação de Wanderson, Maria Vicentina Pereira, afirmou que o rapaz fazia o trajeto há anos e naquele trecho ele trafegava no acostamento.
>O coração dele (Wanderson) foi parar dentro do carro, por isso eu sei que ele foi pego de frente. Se ele tivesse atravessando a rodovia como estão falando, teria sido pego de lado, disse Maria na porta do Instituto Médico Legal de Xerém. Ele foi pego no acostamento.
O limite de velocidade no local do acidente é de 110 km/h. De acordo com policiais, os acidentes de trânsito são frequentes no local.
Thor teria passado mal ao verificar as condições em que o corpo estava após a batida. Esse, inclusive, teria sido o motivo pelo qual o rapaz não foi à Delegacia de Polícia – apenas seu advogado foi representá-lo.
Thor estava na velocidade permitida, fez o teste do bafômetro e firmou declaração de próprio punho descrevendo o acidente, no posto da Polícia Rodoviária Federal. Thor prestará toda a assistência à família de Wanderson e comparecerá no curso da semana para prestar depoimento na 61ª DP, afirma a EBX, em nota. A polícia confirmou que os testes de bafômetro de Thor e do carona deram negativo.
Thor será indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O caso foi registrado na 61ª Delegacia de Polícia Civil.
Maria afirmou que Wanderson estava construindo sua casa a cinco minutos do local do acidente. O ajudante de caminhoneiro fazia bico também como operário. Maria afirmou que o rapaz foi abandonado pelos pais aos oito anos de idade e não concluiu o não concluiu o 2º grau.
Pai
Defesa. O empresário Eike Batista usou o Twitter ontem para defender o filho do atropelamento. Infelizmente aconteceu um acidente fatal. Porém, a imprudência não foi de Thor, escreveu.
DANOS MORAIS
Família de vítima diz que irá processar Thor
Rio de Janeiro. O advogado Cleber Carvalho, que representa a família do rapaz de 30 anos atropelado por Thor Batista, 20, pelo filho do empresário Eike Batista, disse ontem que vai pedir na Justiça indenizações por danos materiais e morais pela morte do cliente.
O advogado disse ainda que estuda a possibilidade de pedir a abertura de um processo criminal pelo acidente. Se for comprovado que a velocidade era maior do que a permitida, vira caso criminal e de crime culposo vira doloso, disse.
Segundo o advogado, o corpo foi totalmente dilacerado e teve que passar por reconstituição para ser enterrado. O empresário Eike Batista teria pago R$ 8.000 pelo enterro, segundo uma tia da vítima.
Carvalho contesta a versão de Thor, alegando que o rapaz andava pelo acostamento e não teria motivo para cruzar a rodovia, já que morava daquele lado da estrada.

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