Mesmo com a Lei de Violência Doméstica e Familiar de nº. 11.340 ? a Lei Maria da Penha ? em vigor desde agosto de 2006, casos de violência contra a mulher ainda são mais comuns do que se gostaria. De acordo com dados da Fundação Perseu Abramo, no Brasil, uma em cada cinco mulheres já sofreu algum tipo de violência física, sexual ou outro abuso praticado por um homem.
Na Delegacia da Mulher, a agente de polícia 02 Vanilze Silva Berto, que presta serviços para a delegacia, conta que a média de mulheres agredidas em Formiga varia de 35 a 40 por mês. Somente no mês de maio, foram 43 ocorrências registradas e muitas vezes, aquelas que têm coragem de prestar queixa, ou não sabem de todos os direitos dos quais dispõem ou desistem do inquérito. ?Os crimes contra a mulher variam da agressão física propriamente dita até ameaças de violência ou de morte. Infelizmente, pelos mais variados motivos, não são todos os casos que o inquérito tem andamento, diante da desistência ou desinteresse da vítima?, esclarece Vanilze.
Na maioria dos casos, a mulher é agredida por ex-companheiros, amantes ou maridos. Apesar da violência atingir todas as faixas etárias e sociais, a predominância dos casos é de mulheres da classe média-baixa. Para aquelas que não queiram fazer representação contra os agressores nem registrar o boletim de ocorrência, existe uma alternativa. ?A opção existente é a medida protetiva de urgência, que é expedida pelo juiz. Com essa medida, o agressor não pode se aproximar nem da residência da vítima, nem da vítima em si?, comenta a agente.
Dentro da Delegacia da Mulher, os direitos oferecidos a vítimas de agressão são inúmeros. ?Falta ainda muita informação para essas mulheres. Talvez por medo ou comodismo, elas deixam de recorrer às vias legais, que são de total direito delas. Mas essa é uma situação que precisa ter fim?, encerra Vanilze.

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