Ministro da Fazenda Guido Mantega fez anúncio nesta quarta-feira.
O óleo diesel deve subir 15% nas refinarias.

O ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou nesta quarta-feira (30) que a gasolina vai subir 10% nas refinarias e o óleo diesel deve subir 15% nas refinarias. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esse valor do reajuste será somente para as refinarias e não será percebida pelos consumidores de gasolina. Segundo a assessoria do ministro da Fazenda, o reajuste vale a partir da 0h da próxima sexta-feira (2).
Para compensar as refinarias, Mantega anunciou que o governo reduziu a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O ministro da Fazenda explicou que a Cide cai de R$ 0,28 para R$ 0,18 no preço do litro da gasolina, o que compensará o reajuste sofrido nas refinarias. No diesel, a conta é outra. A Cide cai de R$ 0,07 para R$ 0,03 por litro do diesel. Isso, segundo Mantega, levará a um aumento nas bombas de 8,8%.
As reduções da Cide representarão uma perda de arrecadação de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões por ano. O ministro minimizou o impacto na inflação. De acordo com as contas apresentadas, o aumento do diesel terá impacto de 0,015% na inflação. Nós consideramos isso irrisório, afirmou.
Este foi o resultado de intensa negociação dentro do governo, comandada pessoalmente pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Reunião
Na noite de terça-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Mantega, Gabrielli, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para discutir os combustíveis. Apesar da reunião, que durou cerca de três horas, não ouve conclusão sobre aumento.
Na mesma noite o presidente jantou com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o único que, na reunião da mesma noite, defendeu o realinhamento no preço dos combustíveis, como forma de a Petrobras reduzir suas perdas, uma vez que há 30 meses não há reajuste nos preços, enquanto o barril de petróleo subiu de U$ 65 para quase U$ 120 dólares.
A área econômica e a área política questionavam a conveniência de ser autorizado reajuste nos combustíveis, temendo que o aumento de preços impulsionasse a inflação.

Decisão deveria ser tomada hoje, disse Lula
Coube ao presidente Lula, na manhã desta quarta-feira, determinar que a decisão fosse tomada ainda hoje. Ele recomendou ao ministro Guido Mantega um estudo sobre o impacto do aumento dos combustíveis no conjunto da economia e sua repercussão na inflação.
O ministro da Fazenda está reunido fazendo um estudo de custo. Se ele chegar à conclusão de que é necessário aumentar, vai comunicar que vai aumentar. Se ele chegar à conclusão de que não vai aumentar, vai dizer que não vai aumentar. E isso precisa ser resolvido hoje, não pode passar de hoje. Não podemos ficar a vida inteira lidando com especulação, porque é isso que vai acontecer, disse Lula após evento no Palácio do Planalto.
O presidente queria evitar especulação sobre o tema. Daqui a pouco, o povo paga o preço no quilo de comida que ele come por um aumento no combustível que não houve. É melhor resolver isso logo. Vou aguardar a reunião. Depois o ministro Guido Mantega me chamará pelo telefone pra dizer a que conclusão ele chegou, ele mesmo comunica se vai aumentar, afirmou Lula.

Inflação controlada
O presidente Lula disse que apesar do aumento dos preços do alimento a inflação está sob controle. A inflação é minha preocupação cotidiana. Fico feliz que o povo esteja comendo mais e quero que coma mais e que coma cada vez melhor, porque esse é um desafio fácil: de controlar a inflação na medida em que a gente trabalha para aumentar a produção de alimento, disse Lula, após evento no Palácio do Planalto.
Para Lula, a pressão dos alimentos é sazonal e não deve ter efeito de longo prazo na inflação. Já sabemos que temos que produzir mais arroz, mais feijão, mais leite, disse. Penso que essa é uma coisa sazonal que resolveremos no curto prazo. A inflação está sob controle. Temos uma meta que está plenamente atingida e nós só precisamos tomar cuidado e não podemos relaxar em momento algum, acrescentou.

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