Com a aproximação do período chuvoso, o Governo de Minas Gerais intensifica o alerta para o aumento do risco de agravamento dos casos de dengue no estado. A Secretaria de Estado de Saúde informa que houve crescimento na circulação dos sorotipos 2 e 3 do vírus, o que pode elevar a gravidade dos sintomas em pessoas que já tiveram a doença, ampliando a necessidade de hospitalizações e aumentando o número de mortes.

Atualmente, Minas Gerais registra 114.715 casos confirmados de dengue e 138 óbitos. Para evitar uma nova epidemia semelhante à de 2024 quando foram contabilizados mais de 1,3 milhão de casos e mais de mil mortes o estado tem investido na capacitação de agentes de saúde para o manejo adequado dos pacientes.

Segundo o subsecretário de Vigilância e Saúde, Eduardo Campos Prosdocimi, a presença dos sorotipos 2 e 3 eleva a possibilidade de agravamento em pessoas que já tiveram dengue em outra ocasião. Ele destaca que profissionais de saúde estão sendo orientados sobre identificação de sinais clínicos, protocolos corretos de atendimento, hidratação e acompanhamento dos pacientes. Além disso, o estado tem reforçado ações de prevenção, como fiscalizações, blitzen educativas e campanhas de conscientização da população.

Prosdocimi informou que R$ 210 milhões foram repassados aos 853 municípios mineiros para enfrentar a sazonalidade, incluindo investimentos em exames laboratoriais. As ações de combate ao mosquito seguem intensificadas: neste sábado, a Secretaria atua de forma simultânea em 748 municípios, enquanto nesta sexta-feira (28) uma escola municipal de Vespasiano recebeu atividades educativas com premiação para alunos que produziram desenhos e redações sobre o tema.

O subsecretário reforçou a importância da mobilização social, lembrando que “cerca de 80% dos focos do mosquito estão dentro de casa”, o que exige a participação da população no combate à água parada.

Vacinação e novas estratégias

A vacina Qdenga segue disponível na rede pública para adolescentes de 10 a 14 anos, mas, segundo Prosdocimi, muitos jovens não retornam para a segunda dose, o que compromete a eficácia da imunização. Ele reforça o pedido para que pais e responsáveis levem seus filhos às unidades de saúde para completar o esquema vacinal.

Até agora, Minas Gerais aplicou 342.922 doses da vacina em 2024 e outras 370.187 em 2025. A ampliação para outros públicos ocorre quando há doses próximas ao vencimento, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde.

Uma nova alternativa de imunização está prevista para chegar ao SUS em 2026: a vacina do Instituto Butantan, aprovada pela Anvisa. Em dose única, o imunizante apresentou 79,6% de eficácia contra casos sintomáticos e 89% contra formas graves, atuando contra os quatro sorotipos do vírus.

Boletim epidemiológico

Até 17 de novembro, Minas Gerais registrou:

  • 160.920 casos prováveis de dengue, sendo 114.715 confirmados, com 42 óbitos em investigação e 138 confirmados.
  • 19.276 casos prováveis de chikungunya, com 17.019 confirmados, 1 óbito em investigação e 6 confirmados.
  • 60 casos prováveis de zika, sendo 27 confirmados, sem mortes registradas até o momento.

Com o avanço do período chuvoso e a maior circulação de sorotipos que elevam o risco de agravamento da dengue, o Governo de Minas reforça a necessidade de prevenção e mobilização comunitária. O combate ao Aedes aegypti, aliado à capacitação dos profissionais de saúde e ao avanço da vacinação, é considerado fundamental para evitar uma nova crise epidemiológica no estado.

Com informações do O Tempo

 

COMPARTILHAR: