O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou nesta sexta-feira (4) que o governo federal ignorou 53 e-mails da Pfizer, empresa farmacêutica multinacional que produz vacinas contra a Covid-19.

Rodrigues, que também é o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada pelo Senado, disse que a informação parte diretamente das investigações da CPI.

“Na investigação que estamos fazendo na CPI da Pandemia, descobrimos que, na verdade, foram 53 e-mails da Pfizer que ficaram sem resposta. O último, datado de 2 de dezembro de 2020. É um e-mail desesperador da Pfizer pedindo algum tipo de informação porque eles queriam fornecer vacinas ao Brasil”, publicou Randolfe Rodrigues nas redes sociais.

À época, a Pfizer estava interessada em negociar os imunizantes com o governo federal. A intenção e toda troca de e-mails foram confirmadas a partir do depoimento de Carlos Murillo, presidente-regional da empresa na América Latina, à CPI da Covid.

A oitiva com Murillo aconteceu em 13 de maio. A primeira oferta de vacinas da Pfizer ao governo federal aconteceu em 15 de agosto de 2020. Segundo a empresa, foram 70 milhões de doses ao Brasil, com primeiras remessas com chegada prevista para dezembro.

Randolfe Rodrigues também afirmou, que enquanto a Pfizer buscava contato, o governo federal se concentrava na cloroquina. O medicamento não tem eficácia comprovada cientificamente contra o coronavírus.

“Essa omissão na aquisição de vacinas da Pfizer acontecia ao mesmo tempo que o nosso Itamaraty pressionava a Índia para liberar cargas de hidroxocloroquina a uma empresa brasileira. A atuação do Ministério das Relações Exteriores se assemelha, claramente, à advocacia administrativa, em outras palavras: lobby! É isso mesmo, o governo brasileiro fazendo lobby para uma empresa. Isso é crime de acordo com o Artigo 321 do Código Penal”, completou Randolfe, também em afirmações nas redes sociais.

Fonte: Estado de Minas

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