Desde sua posse, Jair Bolsonaro sonhava pensando em seu amigo, Donald Trump, e dizia, durante o dia, “I love you”. Cometeu erros simplórios ao mostrar predileção por um candidato na eleição americana, ao afirmar ter suspeitas de fraude em suas eleições. Hoje vive um pesadelo.

O governo Bolsonaro, passou dois anos com atos de subserviência e adotou atos de concessão, sem contrapartida, com a adoção de política prejudicial ao produtor local, ao conceder isenção de imposto de importação do álcool oriundo dos Estados Unidos.

Os atos denotam erros diplomáticos reiterados e se somam aos já praticados contra a China, quando os responsabilizou pelo novo coronavírus.

No dia 18.03.2020, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, gerou uma crise diplomática com a China ao postar em seu Twitter: “Quem assistiu Chernobyl vai entender o que ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa”.

A Embaixada da China reagiu, exigiu pedido de desculpas do Brasil e, em seu perfil oficial do Twitter postou e, logo a seguir, apagou: “As suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando a amizade entre os nossos povos”.

No dia 19.03.2020, o Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em mensagem postada no Twitter, reagiu com críticas, pediu retratação e desculpou-se pela mensagem inapropriada de Eduardo Bolsonaro.

Virou realidade a suposição apregoada por Ernesto Araújo, quando disse ter o Brasil virado um pária internacional.

Com a posse de Joe Biden, dia 20.01, como presidente dos EUA, Bolsonaro tem pesadelos com os seus arquiinimigos, Joe Biden e Xi Jinping, presidente da China, líderes das maiores potências militares e econômicas do mundo.

O Brasil é um país dependente de diversos países, seja de tecnologia americana ou alemã, seja da necessidade de manter um fluxo contínuo de exportações, seja do recebimento direto de investimentos diretos no país ou da manutenção de empresas estrangeiras no país com o fim de gerar empregos, impostos, rendas, etc.

Atualmente, com a China o país tem dificuldades para importar insumos necessários para a produção de vacinas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz, para vacinar a sua população e, com isso, voltar a economia a funcionar normalmente, solucionando as crises sanitárias e econômicas.

O Brasil tem interesses arraigados com diversos países e, por isso, deve procurar ter uma política diplomática autônoma e com defesa de suas necessidades. As atuais dificuldades, mostram a urgência do governo brasileiro fazer readequação de sua política de relações exteriores, com substituição do Ministro das Relações Exteriores e, principalmente, a adoção de discursos respeitosos à soberania dos países parceiros do Brasil.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

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