A Secretaria de Estado de Saúde (SES) lançou, nesta sexta-feira (25), a campanha de prevenção contra a Aids, elaborada especialmente para o Carnaval. Com o tema ?Pule de Alegria, mas não pule a camisinha?, a ação visa ressaltar a importância de não esquecer o preservativo, durante os dias de festa.
?Trata-se de uma época em que as pessoas têm mais contato físico, abusam da bebida alcoólica e, muitas vezes, acabam não se lembrando da camisinha. É por isso que reforçamos a necessidade de a população se precaver também no decorrer da folia?, destacou a coordenadora estadual de DST/Aids, Rachel Baccarini.
Durante os cinco dias de festa, serão distribuídos cerca de 900 mil preservativos, 300 mil leques com o slogan da campanha, além de folders educativos. O material está sendo encaminhado para as 28 Gerências Regionais de Saúde (GRS), desde o início desta semana, que farão a distribuição para os municípios.
Um jingle de 30 segundos também será veiculado no período de 25 de janeiro a 5 de fevereiro, em rádios da capital e de vários municípios do interior do Estado, que têm carnaval e recebem grande número de turistas. A SES firmou ainda uma parceria com a Rádio Extra, que vai promover diversas atividades para divulgar a prevenção.
?Nos próximos dez dias, uma equipe promocional da Extra vai percorrer bares e restaurantes de Belo Horizonte, Nova Lima, São João del-Rei e Tiradentes, distribuindo camisinhas e volantes informativos que trazem orientações para curtir o carnaval de forma saudável?, explicou Rachel.
Haverá, também, entre os dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, uma estrutura da Extra montada nas saídas de Belo Horizonte (Rodovias 040, 381 e 262, Anel Rodoviário, rodoviária e aeroporto), fornecendo informações para as pessoas. A equipe da Extra também estará presente na entrada de vários municípios mineiros para receber os foliões e lembrá-los da prevenção.
Aids em Minas
Desde o início da epidemia, em 1982, até agosto de 2007, foram notificados 25.685 casos da doença no Estado. De acordo com Rachel Baccarini, a taxa de incidência média é de 12,3 por 100 mil habitantes. ?Minas Gerais está em 4º lugar em número de notificações, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A cada ano, surge cerca de 1200 casos novos, o que nós faz perceber que é preciso dar continuidade às ações de prevenção?, destacou.
As grandes cidades concentram o maior número de notificações, mas percebe-se a tendência à interiorização da Aids, com mais localidades apresentando casos. Em 2004, 586 municípios tiveram registros; hoje, já são 649. ?Temos 853 municípios, e um Estado com grande malha rodoviária. Esses fatores contribuem para que o vírus chegue aos mais distantes lugares. É por isso que a SES vem promovendo a descentralização da assistência e das ações de prevenção?, ressaltou a coordenadora.
O crescimento da incidência da doença entre o sexo feminino é outra questão a ser considerada. De 1982 a 1993, a Aids atingia 83% dos homens e apenas 17% das mulheres. Já em 2006, 63,7 dos infectados foram do sexo masculino, e 36,3%, do feminino. O número de mulheres com o vírus aumenta, a cada ano, diminuindo a proporção entre os sexos. Observa-se também que, entre jovens e adolescentes de 13 a 29 anos, já é maior o percentual de casos em mulheres.
Vale destacar que, atualmente, a principal categoria de transmissão entre adultos é heterossexual, responsável por mais de 2/3 das contaminações. A situação é bem diferente da encontrada no início da epidemia, quando a maior parte das transmissões ocorria por meio de relações homossexuais. Isso demonstra que a Aids não é uma questão restrita a alguns grupos, mas sim, um problema de todos.