A “Frontiers in Psychology” trouxe um interessante artigo sobre a gratidão, intitulada “Gratitude and Problem Behaviors in Adolescents: The Mediating Roles of Positive and Negative Coping Styles” de Peizhen Sun e colegas. O estudo pesquisou o efeito da gratidão nos comportamentos problemáticos de adolescentes chineses.

As descobertas acrescentam novas evidências à teoria da gratidão existente (Fredrickson, 2001, 2004; Watkins, 2014). De acordo com a Teoria da Amplificação (Watkins, 2014), a gratidão é um recurso cognitivo especial, que pode (1) aprimorar as emoções positivas que os indivíduos estão experimentando no momento, (2) regular sua saúde emocional e incentivar a autoaceitação; e (3) ampliam o significado positivo dos indivíduos por trás de eventos negativos, o que pode impedir a formação de comportamentos problemáticos (Wood et al., 2008; Froh et al., 2009).

A gratidão pode ampliar o modo cognitivo do indivíduo, romper o conjunto de pensamentos (Fredrickson, 2001, 2004; McCullough et al., 2008; DeSteno, 2009). Em outras palavras, a gratidão pode inspirar e motivar as pessoas para obter resultados favoráveis o mais rápido possível (Wood et al., 2007, 2010).

Por outro lado, indivíduos com baixo nível de gratidão ampliam as consequências negativas dos eventos de estresse e adotam cegamente as estratégias de enfrentamento que vêm à mente em primeiro lugar, sejam elas apropriadas ou não (Fan e Chen, 2007). Em longo prazo, a entrega a esse estado negativo provavelmente induzirá sintomas de depressão e ansiedade internamente e fomentará agressão física ou verbal externamente.

Portanto, a descoberta dos efeitos significativos da mediação neste estudo adicionou novas provas à teoria de ampliação e construção existente (BBT; Fredrickson, 2001, 2004) e estendeu a aplicação do BBT ao campo de pesquisa do estilo de enfrentamento.

Este estudo pode inspirar psicólogos e conselheiros clínicos a aplicar intervenções de gratidão em casos clínicos em que os adolescentes sofrem de externalização de problemas. Deng et al. (2016) relataram que, após 5 semanas de intervenção de gratidão denominada contagem de bênção (Emmons e McCullough, 2003), a agressão de prisioneiros violentos no grupo de intervenção de gratidão foi significativamente reduzida em comparação com o grupo de controle (Deng et al., 2016).

Lyubomirsky et al. (2005) assumiram que o exercício da lista de gratidão é essencialmente uma prática crescente de felicidade. Através da prática repetida de rememória positiva e reinterpretação de eventos da vida, gradualmente é formado um estilo cognitivo de gratidão automática para evocar emoções positivas e compensar emoções negativas, como depressão e ansiedade (Deng et al., 2016).

Especificamente, educadores e pais devem incentivar e orientar adolescentes com comportamentos problemáticos a adotarem estratégias de enfrentamento mais positivas em vez de negativas. Exemplo dessas ações inclui oferecer cursos para ajudar os adolescentes a dominar estratégias de enfrentamento apropriadas e fornecer mais apoio social.

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