O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou, nesta terça-feira (10), ter participado do plano Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Heleno também afirmou não conhecer a minuta do golpe, documento que pedia uma intervenção para anular o resultado da eleição presidencial em 2022, e que nunca participou de reuniões que tratassem sobre os dois temas.

O ex-ministro optou por exercer o direito de permanecer em silêncio durante seu interrogatório no STF e apenas respondeu a perguntas elencadas por sua defesa.

Ele é réu no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Como previsto na Constituição Federal, réus têm o direito de não produzir provas contra si.

Mais cedo, no interrogatório no STF, o advogado de Heleno, Matheus Mayer, chamou a atenção do general e pediu para ele se “ater aos fatos” e responder apenas com “sim ou não” aos questionamentos feitos pela defesa.

A decisão de Heleno de fazer o uso parcial do silêncio foi comunicada logo no início da audiência ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo e responsável por conduzir a sessão.

Ele se recusou a responder às perguntas formuladas por Moraes, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e por advogados de outros réus, optando por responder apenas às questões feitas por sua própria defesa.

O STF está no segundo dia de interrogatório, nesta terça-feira (10). Os oito réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022 serão ouvidos, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, o delator tenente-coronel, Mauro Cid, e o ex-ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

 

Fonte: Alice Groth e Davi Vitorazzi-CNN Brasil

 

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