Um homem foi preso após ser flagrado carregando 14 tucanos-de-bico-de-quilha vivos escondidos dentro do painel do carro na Califórnia, nos Estados Unidos. Os animais estavam sedados e amarrados.
Segundo o Gabinete do Procurador dos Estados Unidos, Carlos Abúndez, de 35 anos, foi detido no Porto de Entrada de Otay Mesa após um cão farejador apresentar uma mudança de comportamento durante a revista do carro.
Quando o veículo foi inspecionado de forma mais detalhada, foi encontrado um pássaro amarrado, enrolado em um pano e preso com fita adesiva na parte inferior do painel.
A princípio, o policial achou que era um objeto, até que o animal começou a se mexer e bater as asas. Eles arrombaram o painel lateral do veículo e descobriram outros 13 tucanos.
Um agente do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos identificou as aves como tucanos-de-bico-de-quilha (Ramphastos sulfuratus). Os animais apresentavam ferimentos, incluindo caudas e pernas quebradas. Eles eram todos jovens.
Os animais foram transferidos para um Centro de Importação de Animais do Departamento de Agricultura para ficarem em quarentena. Agora, eles estão estáveis.
As aves são nativas do sul do México, passando por Equador, Venezuela, Colômbia e Nicarágua. Eles são considerados uma espécie em ameaça de extinção, portanto aparecem no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção, um tratado para proteger animais e plantas em extinção.
Os tucanos-bico-de-quilha podem custar até 5 mil dólares (R$ 27,8 mil, na cotação atual) cada.
“Contrabandear aves ameaçadas de extinção, sedando-as, amarrando seus bicos e escondendo-as em compartimentos de carros, não é apenas cruel, é criminoso”, disse o procurador-geral dos EUA, Adam Gordon.
“Essa tendência perturbadora de tráfico de animais selvagens exóticos pelos portos do sul da Califórnia representa uma séria ameaça à saúde pública e à agricultura. Essas aves ignoram a quarentena e a triagem obrigatórias, podendo ser portadoras de doenças devastadoras como a gripe aviária. Continuaremos investigando e processando aqueles que tratam criaturas vivas como contrabando e colocam nossas comunidades e ecossistemas em risco”, completou.
Fonte: Maria Fernanda Ramos-Itatiaia