Depois de quatro meses de vigência, o horário de verão termina à zero hora do próximo domingo (20). Os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverão atrasar os relógios em uma hora.
A medida, que começou à zero hora de 17 de outubro passado, abrangeu os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. Os Estados das regiões Norte e Nordeste não adotam o Horário de Verão, devido à proximidade da Linha do Equador, o que faz com que a duração dos dias nesses Estados não apresente alterações significativas ao longo do ano, e o Horário de Verão teria efeito praticamente nulo.
No total, essa edição do Horário de Verão cont com 126 dias de duração, mesma duração do ano passado. Desde 2008, por meio do Decreto 6.558, do Ministério de Minas e Energia, foram fixadas datas para seu início e término: ficou definido que, todos os anos, a medida entrará em vigor sempre à zero hora do terceiro domingo de outubro e se estenderá ao terceiro domingo de fevereiro. No ano em que houver coincidência entre o domingo previsto para o término do Horário de Verão e o domingo de Carnaval, o encerramento ocorrerá no domingo seguinte.
Minas Gerais
Na área de concessão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), verificou-se, segundo o balanço parcial, uma redução na demanda máxima, ou seja, o pico diário da carga que ocorre no período das 18h às 22h, de 4%, correspondendo a cerca de 300 MW, 0,5 ponto percentual a mais que o ano passado. Essa potência equivale a:

? geração a plena carga de 2,3 usinas do porte da Usina Térmica de Igarapé (131 MW) ou
? geração de 4,5 geradores da usina de Três Marias, também a plena carga (66 MW cada) ou
? 30% da carga de pico de todo o Triângulo Mineiro com seus 66 municípios ou
? 15% da carga de pico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (34 municípios ? 4.9 milhões de habitantes) ou
? demanda de pico de uma cidade de 700 mil habitantes.
No consumo, estima-se que a economia de energia registrada no horário de verão dos últimos dois anos se manteve no período atual, chegando a 0,5%, o que representa 31 MWméd (megawatts médios). ?Essa economia é suficiente para abastecer, durante dez dias, a capital Belo Horizonte?, afirma Wilson Fernandes Lage, engenheiro de operação do sistema da Cemig.

Estima-se que a economia gerada no município de Formiga, no período do horário de verão, seja cerca de 140 MWh, energia suficiente para abastecer, durante um mês, o município de Vargem Bonita. Para o consumidor residencial, a economia se dá na menor utilização da iluminação artificial, que pode chegar a uma redução de até 5% no consumo mensal de energia.

No Brasil
A economia no sistema elétrico interligado brasileiro, de acordo com avaliações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), deverá ser de 4,6% de redução na demanda máxima, superando o valor de 2.530 MW, o que equivale, aproximadamente, a 30% da carga de Minas Gerais no horário de ponta.
Já a redução do consumo de energia deverá atingir 220 MWmédios, correspondentes a 0,5% da carga dos subsistemas Sul/Sudeste/Centro-Oeste ou ao consumo mensal de uma cidade de 470 mil habitantes. Os valores oficiais deverão ser divulgados duas semanas após o término do horário de verão.

Objetivo
A adoção do horário de verão visa à redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta. ?Com isso, obtém-se o alívio do carregamento dos sistemas de geração, transmissão e distribuição, aumentando a segurança e a confiabilidade operativa, pois é reduzido o carregamento de todo o sistema elétrico nos momentos de pico, sendo melhoradas as condições de controle, principalmente em situações de emergências?, explica Wilson Lage.
Segundo o engenheiro, essa redução ocorre no período do ano em que o sistema é, de modo geral, submetido a condições operacionais mais críticas, reduzindo os riscos de desligamentos de linhas de transmissão, principalmente devido a descargas atmosféricas.
Ainda como resultado do horário de verão, houve uma menor utilização da iluminação artificial, com redução do consumo de energia, principalmente nas classes de consumidores residenciais e comerciais. Esta é a 37ª edição do horário de verão brasileiro, que foi adotado 11 vezes entre 1931 e 1968, de forma descontinuada, voltando depois no verão 1985/1986 e a partir daí em todos os anos até hoje, durante 26 edições consecutivas. Além do Brasil, o horário de verão é implementado em aproximadamente 80 países.

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