O hospital de campanha montado no Expominas, no bairro Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte, inicia suas atividades nesta segunda-feira (13), com 30 leitos disponíveis em um primeiro momento, mas que poderão ser expandidos conforme a demanda, segundo o governador de Minas, Romeu Zema.


Pacientes dos hospitais Júlia Kubitschek e Eduardo de Menezes, ambos na Região do Barreiro, também terão nova estrutura assistencial.


Para o início do atendimento no Expominas, a equipe é formada por 20 médicos, cinco psicólogos, 20 técnicos de enfermagem e 100 soldados da Polícia Militar. O número de casos do novo coronavírus no estado é de 75.851 mil e os óbitos, 1.576. Especialistas apontam que o pico da pandemia ocorrerá na próxima quarta-feira.

Foram investidos R$ 5,3 milhões na implantação do hospital de campanha, com recursos públicos e privados. Deste total, R$ 4,5 milhões foram recebidos em doações financeiras por meio de parcerias.


O hospital foi projetado para oferecer 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização, totalizando 768 vagas. Os leitos foram divididos em três blocos, que serão colocados em operação gradualmente. Entretanto, não tem leitos de UTI.

A nova unidade de saúde tem conceito de hospital de “porta fechada”, ou seja, será utilizada apenas após deliberação pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que detém a regulação dos leitos em Minas. Na prática, apenas será encaminhado para lá o paciente que estiver em condições de receber alta dos leitos dos hospitais da rede convencional de saúde. Segundo o governador Romeu Zema, o objetivo do hospital de campanha é ampliar a capacidade de atendimento do sistema público de saúde de todo o estado, especialmente da Região Metropolitana de Belo Horizonte, criando condições, dessa forma, para os hospitais convencionais atenderem sobretudo os casos graves.

Já o secretário-adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, informou que o objetivo é garantir reserva técnica, especialmente para receber os casos que não precisam mais de tratamento intensivo, mas ainda devem ser mantidos em observação. “Fizemos grande esforço para ampliar a rede de UTI do estado, porque o maior problema enfrentado no mundo todo foi garantir uma estrutura de tratamento intensivo capaz de receber todas essas pessoas”, afirmou.


“Como conseguimos jogar o pico para frente, tivemos tempo para ampliar a nossa rede de UTIs e, hoje, a nossa estrutura está preparada e adequada para receber um número maior de pacientes. A proposta é que o hospital de campanha seja retaguarda de leitos clínicos para pacientes que já podem ser retirados da UTI, mas ainda devem ser monitorados e observados”, completou.

Desde 25 de março, o Hospital Eduardo de Menezes, referência no tratamento de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, atende exclusivamente casos suspeitos ou confirmados da Covid-19. O Hospital Júlia Kubitschek também passou a atender apenas casos suspeitos desde 27 de maio. Portanto, a expectativa é de que sejam encaminhados pacientes desses hospitais considerados de baixa e média complexidade.

Apesar de a estrutura do Expominas ter sido concluída em abril, o governador Romeu Zema destacou que o hospital não precisou ser inaugurado porque o isolamento social retardou o pico da pandemia em Minas Gerais. Ele afirmou, em entrevista coletiva no último sábado, que os 30 leitos abertos inicialmente são o mínimo executável e que essa estrutura poderá ser aumentada a qualquer momento. “Esse número pode ser ampliado de um dia para o outro para 60, 100 ou 150 leitos. Queremos passar esse período de pico com reserva, com cautela. Se o sistema passar por uma sobrecarga, podemos utilizar o hospital de campanha a qualquer momento”, ressaltou.

Profissionais disponíveis
Os profissionais responsáveis por atender os pacientes serão, em sua maioria, integrantes da Polícia Militar de Minas Gerais e especialistas contratados pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).


Segundo o diretor-geral do hospital, coronel Vinicius Rodrigues Santos, grande parte da equipe já está pronta para entrar em operação hoje, e a previsão é de que todos os profissionais estejam com os contratos finalizados até quarta-feira.

“O hospital de campanha está preparado para entrar em operação. Necessitamos, para os 30 leitos que estão sendo colocados, de 224 profissionais. Já temos à disposição 145, entre administração e profissionais de saúde. Este primeiro esforço é da Polícia Militar e do Bombeiro Militar. Na segunda-feira (hoje), já receberemos o segundo esforço, do chamamento da Fhemig, completando esse efetivo de 224 pessoas”, informou a Secretaria de Estado de Saúde, por meio de nota.

Fonte: Estado de Minas

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