Um ano após a expansão da faixa etária de acesso ao exame preventivo de câncer de mama ? a mamografia de rastreamento ? em Minas Gerais, a quantidade de procedimentos realizados na rede pública em mulheres de 40 a 44 anos não cresceu. Ao contrário do que se esperava com a ampliação da cobertura, o percentual de exames vem se reduzindo levemente em relação aos anos anteriores.
No lançamento da campanha Outubro Rosa de 2013, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) prometeu oferecer a mamografia a partir dos 40 anos ? no Brasil, só têm direito ao procedimento rastreador mulheres entre 50 e 69 anos ?, sem a necessidade de consulta médica prévia. Porém, muitas usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda encontram dificuldades para ter acesso ao benefício.
Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, somente 2% das 46.517 mamografias realizadas na rede pública da capital, entre janeiro e agosto deste ano, foram em mulheres com idade entre 40 e 44 anos. No Estado, o percentual de exames de 40 a 49 anos é de 33,6%, índice inferior aos 35% registrados em 2013.
Coordenador do Programa Estadual de Controle do Câncer de Mama da SES, Sérgio Bicalho justifica que a definição da faixa etária para a mamografia de rastreamento é polêmica e que um período turbulento de definição sobre os custeios acabou gerando um ?desestímulo? à realização do procedimento em mulheres mais jovens. Enquanto o Ministério da Saúde repassa verba para o exame preventivo (quando não há suspeita da doença) apenas após os 50 anos, Minas optou por oferecer para mulheres a partir dos 40, assumindo um custo que chega a R$ 11,2 milhões ao ano ? cada mamografia no SUS custa R$ 45.

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