Uma nova categoria de pessoas que se relacionam pela internet está surgindo no mundo. São aqueles que não estão em busca de um novo amor, mas, sim, de um parceiro ou uma parceira com quem construir uma família não convencional. Essas pessoas não estão à procura de alguém para compartilhar a vida, mas alguém que encare a tarefa de ser mãe ou pai de seu filho, sem uma relação amorosa envolvida. Assim, uma gama de redes sociais e sites norte-americanos, como PollenTree.com, Coparents.com, Co-ParentMatch.com, por exemplo, surgiram nos últimos anos para ajudá-los na tarefa.
Enquanto algumas pessoas escolheram ser pais ou mães solteiros, muitas outras pessoas analisam as pressões financeira e da rotina de se ter um filho – além da falta de um parceiro amoroso – e decidem que se trata de um desafio grande demais e não seria bom nem para eles e nem para a criança, comenta Darren Spedale, fundador de um site dedicado a esse tipo de relação, Family by Design.
A página apresenta o que parece ser uma alternativa quase obrigatória para a barriga de aluguel, a adoção ou a simples doação de esperma. Eu encontrei tantas pessoas na mesma situação que eu: gente que não é casada e se sente como se tivesse perdido o bonde para ter um filho, conta a gerente de vendas e marketing, Dawn Pieke, 43, cuja filha nasceu em outubro do ano passado.
Pieke conheceu o pai de sua filha, Fabian Blue, em uma página do Facebook dedicada à paternidade compartilhada em junho de 2011, não muito depois de ter terminado seu relacionamento de dez anos.
Ela queria ter um bebê, mas temia tê-lo sozinha porque, segundo conta, não cresceu com seu pai. Em vez de se concentrar em um par romântico, ela decidiu encontrar alguém para dividir o estresse financeiro e emocional de se criar uma criança.
Blue, por sua vez, queria ser pai desde 2006 e já havia considerado a adoção. Porém, achei que ninguém deixaria um homem gay solteiro adotar uma criança, e eu não tinha a renda necessária para uma barriga de aluguel, afirma. Ele foi a sites de paternidade compartilhada e até chegou a se encontrar com algumas mulheres, mas, como em qualquer relação, é necessária aquela centelha, e ela simplesmente não estava lá com as outras, diz. Com Pieke, contudo, ele conta que a eletricidade era palpável desde o início. Os dois começaram a se falar pelo Facebook e, então, por Skype, faziam perguntas sobre tudo, de religião a filosofias de educação de filhos. Ele se mudou para a cidade dela em novembro, e eles decidiram ter a criança.
Blue e Pieke planejam compartilhar a responsabilidade pela filha, Indigo, igualmente. Porém, eles nunca nem rascunharam qualquer tipo de acordo legal, o que ambos concordam ter sido uma decisão pouco sábia. Há tantas coisas que eu não havia previsto – como o quão financeiramente responsável eu deveria ser, ou o que aconteceria se eu perdesse meu emprego. Isto não é um casamento, ela afirma.
Spedale, que está escrevendo um livro sobre parcerias de paternidade – como ela prefere chamar – ressalta a importância de ter algum tipo de acordo por escrito, não só por razões legais, mas também para ter essa conversa sobre coisas que você pode nunca ter pensado em perguntar, justifica.

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