Sirenes soaram em Israel na manhã desta segunda-feira, enquanto israelenses fizeram dois minutos de silêncio em homenagem às vítimas do Holocausto. O ato é uma tradição anual para marcar a data em memória das vítimas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que teve início neste domingo e dura até a noite de hoje.
Às 10h (4h de Brasília), ao soarem as sirenes, todas as atividades do país foram suspensas, pedestres se detiveram nas calçadas, ônibus e carros pararam o tráfego para demonstrar o respeito aos cerca de 6 milhões de judeus mortos pelo nazismo.
O vice-premiê de Israel, Silvan Shalom, comparou nesta terça-feira o atual regime iraniano com a Alemanha do ex-ditador nazista Adolf Hitler (1889-1945), antes de começar as homenagens pelas vítimas do Holocausto, no campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia.
O que o Irã trata de fazer atualmente é o que Hitler fez com o povo judeu há 65 anos, disse Shalom, em resposta as declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que acusou Israel de racismo contra os palestinos nesta segunda-feira durante a Conferência Mundial sobre o Racismo da ONU, realizada em Genebra.
Shalom disse ainda, em um discurso a rádio pública, que o programa nuclear do Irã constitui uma ameaça não só para Israel, mas para todo o mundo. Com os seus mísseis de longo alcance, o Irã pode atacar Londres, Paris, Berlim, Roma e o sul da Rússia, disse.
No último dia 18, a imprensa estrangeira destacou a ameaça de uma intervenção militar israelense contra o Irã. As declarações de porta-vozes do Exército ao jornal The Times causaram furor entre membros do governo iraniano.
Em um evento no mesmo dia, Ahmadinejad disse que ninguém ousaria em atacar o Irã. Em entrevista à emissora iraniana Press TV, o major general Ataollah Salehi prometeu uma resposta à altura.

ONU
Um total de 22 dos 27 países da UE (União Europeia) –todos menos Holanda, Itália, Polônia, Alemanha e a República Tcheca– afirmaram nesta terça-feira que permanecerão na Conferência Mundial sobre o Racismo da ONU. A República Tcheca, que ocupa a Presidência rotativa da UE, abandonou o evento, segundo o embaixador tcheco perante às Nações Unidas em Genebra, Tomás Husák.
Segundo o embaixador tcheco, a saída do evento foi motivada pelas declarações do presidente do Irã.O discurso de ontem foi a gota d´água, disse Husák a jornalistas.
Nesta segunda-feira, Ahmadinejad, causou polêmica no evento ao denunciar o racismo de Israel e a cumplicidade dos Estados Unidos e de alguns governos ocidentais na política israelense contra os palestinos.
Ao todo, 40 diplomatas da UE (União Europeia) deixaram a sala em que ocorria a conferência em retaliação. Os representantes também ameaçaram abandonar a conferência de houvesse novos apelos a retórica antissemita ou outras críticas igualmente discriminatórias contra Israel
As nações europeias ausentes, junto aos EUA, Israel, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, consideraram que o encontro se transformaria em um fórum antissemita.
A UE debateu até o último momento sua participação na conferência e, em reunião em Bruxelas no domingo (19), foi decidido sem consenso –Itália, Alemanha, Polônia e Holanda boicotavam a reunião– que os países-membros do bloco compareceriam, mas não aceitariam nenhuma provocação.

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