Embora seja possível que você nunca tenha ouvido falar sobre Neuroeconomia, saiba que ela sempre esteve presente no nosso dia a dia.

Com a globalização e as mudanças nos padrões de consumo da sociedade, a Neuroeconomia se faz ainda mais necessária de ser estudada e compreendida pela maioria das pessoas.

Você já se perguntou o que leva uma pessoa à decisão de compra? Ou o que influencia nosso comportamento de compra? Essas são algumas questões levantadas por quem se interessa por pela área de Neuroeconomia.

Porém, muito mais do que uma ciência aplicada à tomada de decisão, ela abrange uma série de fatores comportamentais, cognitivos e biológicos relacionados a processos decisórios e economia.

O que é Neuroeconomia?

Desde os primeiros momentos da vida, somos forçados a fazer escolhas, mesmo que não seja de forma consciente. Isso vai desde as simples com impactos pequenos até decisões mais complexas e com consequências maiores.

Quando se trata de comportamento de consumo, economia e tomadas de decisões dentro desta esfera, as ciências neurológicas trazem uma contribuição imensa para entendermos de que forma todos esses elementos funcionam.

Aliada a psicologia cognitiva, neurociência e economia, a Neuroeconomia busca explicar como acontece a tomada de decisão dos seres humanos. O tema aborda como o ambiente, as emoções e as percepções influenciam diretamente nas nossas escolhas.

Além disso, ao contrário do que muitas pessoas pensam, essa abordagem é uma disciplina consagrada. Apesar de ser uma teoria muito recente, ela é fonte de vários estudos e vem contribuindo muito para a ciência econômica.

Influências na tomada de decisão

A Neuroeconomia pega conceitos biológicos para entender de que forma tudo isso está interligado e quais são as principais influências nas tomadas de decisão.

De acordo com Daniel Kahneman, considerado o pai da Neuroeconomia, há dois sistemas de processamento cerebral:

  • Sistema 1 – Um sistema rápido, intuitivo e automático. Imagine situações em que você visualiza uma pessoa chorando. Apenas ao olhá-la você já consegue concluir que ela está triste. É completamente instantâneo, não requer um esforço para identificar isso.
  • Sistema 2 – Esse sistema é mais lento e racional e não automático como o sistema 1. Ou seja, quando pegamos uma conta para calcular, quando precisamos preencher um imposto de renda ou até mesmo ao estacionar com o carro em uma vaga apertada, estamos operando o sistema 2.

Outro grande influenciador nas tomadas de decisão é o efeito de ancoragem. Você já se deparou com alguma promoção no supermercado que te influenciou a comprar de alguma forma?

Imagine que você está no supermercado e todos os produtos estão na mesma faixa de preço. Em seguida, você visualiza um produto X em promoção com o valor anterior muito mais alto do que o atual. 

A tendência é que logo você irá se interessar muito mais pelo mesmo produto. O efeito de ancoragem descreve justamente essa tendência humana comum em se apegar à primeira informação ou estímulo recebido durante uma tomada de decisão. 

Quando uma “âncora” é definida, ou seja, toda a sua decisão é definida e influenciada por essa referência primária.

A junção da Neuroeconomia e Neuromarketing

Contrariando alguns pensamentos do senso comum que vendem a ideia de que a tomada de decisões de consumo é completamente consciente e racional, a grande maioria das empresas usam estudos relacionados à neurociência para influenciar as nossas escolhas.

Um grande exemplo disso é a Coca-Cola, que é uma das marcas que mais utilizam o Neuromarketing para o engajamento e para influenciar as decisões de compra dos consumidores.

Muitas pessoas que buscam conhecer essas áreas costumam confundir Neuroeconomia com Neuromarketing, isso porque são duas áreas com objetivos de estudos neurobiológicos voltados para a tomada de decisão.

No entanto, há diferenças significativas entre as duas. A neurociência usa técnicas de neuroimagens, métodos como o imageamento por ressonância magnética (MRI) e vários outros.

Já o Neuromarketing utiliza destes conhecimentos de forma prática, unindo os conhecimentos da Neuroeconomia e economia comportamental na elaboração das pesquisas voltadas ao marketing.

Um dos principais objetivos do Neuromarketing na decodificação nos processos que ocorrem na mente das pessoas por meio da tomada de decisão é com o propósito de proporcionar exatamente aquilo que elas desejam e anseiam.

Ou seja, empresas que investem nos estudos de economia comportamental e Neuromarketing estão à frente no mercado e possuem uma visão muito mais ampla para o alcance de vendas. Muitos comércios utilizam essas abordagens para aumentar as vendas.

Com o crescimento cada vez maior das redes sociais e com a democratização desses conhecimentos, tudo ficou ainda mais fácil para quem possui um negócio. 

Quem possui uma loja física ou até mesmo uma loja virtual pode utilizar estratégias do Neuromarketing para atrair mais clientes.

Hoje em dia estamos rodeados de estímulos e experiências sensoriais na internet o tempo todo, seja navegando nas redes sociais ou até mesmo acessando uma loja virtual.

Da mesma forma, os shoppings e os grandes centros comerciais há muito tempo já utilizam estímulos sensoriais e audiovisuais baseados nos conceitos do marketing e da economia comportamental.

Para quem possui um e-commerce, loja física ou está em busca de iniciar o seu negócio, é muito importante estar atento às tendências do Neuromarketing e conhecer os fundamentos da Neuroeconomia.

O Neuromarketing está cada vez mais presente nas estratégias de negócios

A nossa percepção de tempo é uma das percepções mais limitadas de todas. E quanto mais esse tempo está longe, ou seja, um futuro distante, pior se torna essa percepção.

Quando falamos em Neuroeconomia, na percepção do tempo e nos sistemas que estão relacionados às tomadas de decisão, podemos logo relacionar todas essas pautas e elaborar estratégias para economizar e gerenciar melhor o próprio dinheiro.

A partir da economia comportamental é possível traçar desde estratégias de marketing até estabelecer metas de planejamento financeiro.

Por fim, a Neuroeconomia não se trata apenas de questões econômicas e financeiras, mas possui pesquisas em várias outras esferas. Se aprofundar neste tema pode simplificar a vida da maioria das pessoas.

Fonte: Agência de notícias de Jaraguá do Sul

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