A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, do Tribunal do Júri de Belo Horizonte, rejeitou o pedido de exame de insanidade mental de Matteos França, de 32 anos, que confessou ter assassinado a própria mãe, a professora Soraya Tatiana, de 56 anos, em julho deste ano. A decisão foi divulgada nessa terça-feira (4). Paralelamente, o Governo de Minas determinou a exoneração de Matteos do cargo público que ocupava na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDS).

Matteos trabalhava na SEDS desde 2021 como assessor de comunicação estratégica, apresentando-se como analista de marketing e mídias sociais. Formado em Relações Públicas, ele deixou o cargo após a prisão, determinada pelo governo estadual.

Em sua decisão, a magistrada afirmou que a defesa não apresentou indícios concretos que justificassem a realização da perícia psiquiátrica. Ela destacou que relatos sobre problemas com jogos de azar, embora existentes, não são suficientes para presumir incapacidade mental no momento do crime, especialmente pela ausência de documentação médica que sustentasse o pedido. O parecer do Ministério Público, que se manifestou contra o exame, também foi considerado pela juíza.

As audiências de instrução do caso foram marcadas para os dias 18 e 19 de novembro, no Fórum Lafayette, no bairro Barro Preto. Nessas datas, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além do próprio réu.

Assassinato e investigação

De acordo com a confissão à Polícia Civil, Matteos estrangulou a mãe na noite de 18 de julho, após discussão sobre dívidas e jogos, alegando ter sofrido um “surto”. Em seguida, colocou o corpo no porta-malas do carro da vítima e o abandonou em área de mata no Conjunto Caieiras, em Vespasiano.

Nos dias seguintes, participou das buscas pela mãe, carregou o caixão no velório e fez homenagens à vítima nas redes sociais. Investigações revelaram contradições: Matteos enviou trechos editados de câmeras de segurança omitindo cenas cruciais, mas a polícia obteve as gravações completas.

A Polícia Civil também apura se ele simulou sinais de violência sexual no corpo da mãe para desviar a investigação — hipótese ainda não confirmada por laudos preliminares. O celular do réu não foi localizado, e o carro de Soraya segue sob perícia. Os laudos definitivos devem ser concluídos antes do término do prazo de prisão temporária, que é de 30 dias.

Com a negativa do exame de insanidade mental e sua exoneração do cargo público, Matteos França seguirá preso e terá o julgamento iniciado nas audiências de instrução, onde serão apurados os detalhes do crime que chocou Belo Horizonte e a Região Metropolitana.

Com informações do Portal MPA

 

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