O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou nesta sexta-feira (5) uma ligação para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com foco nas negociações comerciais entre o Brasil e a União Europeia. Segundo o Palácio do Planalto, o telefonema durou cerca de 20 minutos e abordou principalmente o acordo Mercosul-UE, atualmente em fase final de elaboração.
A assinatura do tratado é uma das prioridades da política externa brasileira em 2025. Lula, que exerce a presidência rotativa do Mercosul, espera concluir o acordo até dezembro, durante a Cúpula do bloco em Brasília. No entanto, países como a França ainda demonstram resistência, pressionados por agricultores que temem a concorrência de produtos brasileiros.
Durante a conversa, o presidente brasileiro saudou o envio do acordo ao Conselho Europeu e reforçou a expectativa de que seja assinado até o fim do ano. “O presidente Lula também defendeu que qualquer regulamento sobre salvaguardas que seja adotado internamente pela UE esteja em plena conformidade com o espírito e os termos pactuados no Acordo”, informou o Planalto em nota.
Comércio global e meio ambiente também estiveram na pauta
Lula e von der Leyen também discutiram o cenário atual do comércio internacional, marcado por incertezas e tensões, como o aumento de tarifas promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra diversos países. Desde agosto, o presidente brasileiro tem mantido diálogo com líderes internacionais sobre o tema, incluindo Emmanuel Macron (França), Vladimir Putin (Rússia), Cláudia Sheinbaum (México) e Narendra Modi (Índia).
A pauta ambiental também foi destaque na ligação. Os dois líderes reafirmaram o compromisso com metas ambiciosas de redução de emissões de carbono, conforme o Acordo de Paris. Lula voltou a afirmar que a COP30, marcada para novembro em Belém (PA), será “a COP da verdade”, com foco em compromissos concretos para a transição ecológica e combate ao negacionismo climático.
Apesar do alinhamento nas metas ambientais, Ursula von der Leyen ainda não confirmou presença na conferência. O governo brasileiro segue empenhado em garantir a participação de países e organizações internacionais, enquanto enfrenta desafios logísticos na capital paraense.
Com informações do O Tempo