A audiência pública realizada nesta quinta-feira (2), no plenário da Câmara Municipal, quando foi debatido o projeto polêmico que permite a contratação de presos para a limpeza da cidade, trouxe resultados favoráveis. Mesmo com algumas manifestações contra, cartazes de ?protesto? e plaquinhas contra o projeto, no final a maioria saiu da audiência com o pensamento favorável.
Diversas pessoas foram ouvidas e, destas, apenas duas teriam se manifestado explicitamente contra. Ao final das explanações, o presidente da Comissão Especial do Órgão de Defesa dos Direitos Humanos, Edmar Ferreira/PT, fez uma votação simbólica do projeto. A maioria, algo em torno de 85% dos participantes, foi a favor.
Segundo o secretário de Gestão Ambiental, Paulo Coelho, as manifestações no geral foram favoráveis e o projeto será debatido ainda na Câmara Municipal na próxima segunda-feira (6), quando ele e o presidente da Penitenciária Regional de Formiga farão uso da Tribuna para esclarecer sobre essa possível parceria.
O presidente da Penitenciária, coronel Murilo Foschete, também avaliou a audiência como ?amplamente favorável?, já que a maioria aprovou a iniciativa do convênio. Ele irá ressaltar na reunião de segunda-feira a questão da segurança e seriedade do projeto. ?Quem tem consciência vai concordar, pois o preso é muito barato para o município? , comenta.
Segundo Murilo Foschete, muita gente fala que, com a contratação de presos, tiraria emprego dos formiguenses, mas ele destaca que, caso seja feito um concurso público, ?quem garante que vai passar é um formiguense? Pode ser um cara lá do Amazonas ou de qualquer outra cidade. De todo jeito estaria tirando emprego de um formiguense? . O diretor do presídio salienta que, se a lei permite essa contratação, é porque ela pode ser feita.
?Ontem tivemos uma demonstração positiva de que o povo não é contra. A maioria das pessoas que falaram é consciente? , enfatiza Murilo Foschete. O coronel revela ainda que, com a demora para discutir e aprovar o projeto, ele terá dificuldades depois para atender às necessidades da Prefeitura, pois já direcionou 25 presos que seriam usados na limpeza da cidade para outras empresas que buscaram parcerias, como a Santa Casa de Caridade de Formiga, uma empresa de concreto e outra de pneus. Ele conta que as empresas ainda querem mais mão de obra carcerária.

Próximos passos
Segundo o presidente da Comissão Especial do Órgão de Defesa dos Direitos Humanos, Edmar Ferreira/PT, além de ouvirem o diretor do presídio e o secretário de Gestão Ambiental na próxima segunda-feira, os vereadores, antes de votarem o projeto, irão ouvir novamente a comunidade. Ele informou que serão espalhadas algumas urnas pela cidade e na zona rural para as pessoas votarem.
A assessoria de comunicação da Câmara informou que, além das urnas, será feita uma reunião com os representantes das associações de bairros para que seja feito um plebiscito popular na semana que vem. O Legislativo ainda vai definir os detalhes.
Questionado sobre quando seria a votação do projeto, Edmar Ferreira disse que talvez ainda votem na última reunião antes do recesso de julho.
Como informou a assessoria da Câmara, a audiência será transmitida na próxima terça-feira (7), às 14h, pela Radiocor.

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