Mesmo cientes das consequências drásticas do ato, e após a implementação de leis mais firmes para evitar mortes no trânsito, muitos mineiros ainda continuam ingerindo bebida alcoólica antes de dirigir.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada na última quarta-feira (10) pelo Ministério da Saúde, mostram que 26,6% das pessoas com 18 anos ou mais dirigiram logo depois de beber. Entre mulheres, o índice é de 14%. Já entre os homens, quase um terço (29,4%) assumiu infringir a lei.
?Esta é uma prática muitíssimo preocupante. Qualquer dose de álcool prejudica o reflexo e a capacidade de tomada de decisão e reflexo do motorista. Além de prejuízos para a própria saúde, a pessoa ainda envolve a vida de terceiros?, afirma o psiquiatra e coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG, Frederico Garcia.
O levantamento ainda mostra que a idade média de iniciação do consumo de bebidas alcoólicas dos homens é de três anos antes do que a das mulheres. Em Minas Gerais, cuja média de idade geral de contato com o álcool é de 18,7 anos, os jovens do sexo masculino fazem uso da droga lícita por volta dos 17,8 anos. Já com relação ao sexo feminino, a idade média desse primeiro contato é de 20,2 anos.
A curto prazo, tais diferenças geram reflexo em outros indicadores sociais como, por exemplo, no índice de violência. ?Adolescentes e jovens que fazem uso do álcool têm tendência à impulsividade e podem terminar envolvidos em atos violentos e crimes. Isso incide na violência e mortalidade dessa população?, explica Garcia.

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