Entre os mais de 50 mil voluntários para os testes da vacina Coronavac em diversos países do mundo, 94,7% não tiveram nenhuma reação adversa.

 Outros 5,3% sentiram efeitos adversos de grau baixo, como dor no local da aplicação, febre moderada e perda de apetite. As informações foram divulgadas nessa quarta-feira (23) pelo governo de São Paulo.

Candidata à vacina contra o novo coronavírus produzida pela empresa chinesa Sinovac, a Coronavac é testada no Brasil sob coordenação do Instituto Butantan. Voluntários de Belo Horizonte também participam dos testes, coordenados localmente pelo Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

Enquanto aqui os testes são realizados com cerca de 900 profissionais de saúde que atuam na linha de frente do atendimento aos pacientes com Covid, na China foram iniciados os testes com crianças e idosos, para garantir a segurança nesses dois públicos.

De acordo com o governador de São Paulo, João Doria, os resultados preliminares da Coronavac comprovam que a vacina tem um excelente perfil de segurança. Em coletiva, ele garantiu que 46 milhões de doses da vacina estarão disponíveis até dezembro e outras 55 milhões de doses devem ser disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021.

Em Belo Horizonte

Na capital mineira, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG tem uma semana para vacinar mais cerca de 150 voluntários entre profissionais de saúde. São 852 vagas e mais de 1.200 pessoas se mostraram interessadas em participar dos testes, mas nem todas preencheram todos os requisitos.

“Muitas pessoas que quiseram se voluntariar não eram da linha de frente de atendimento aos pacientes ou já tiveram positividade em algum teste feito. Mas devemos alcançar a nossa meta, nossa agenda está cheia nos próximos dias”, contou a professora Lísia Esper, que faz parte da equipe de coordenação da pesquisa em Belo Horizonte.

Nessa fase 3 da vacina, metade dos voluntários recebe a dose do fármaco e o outro grupo recebe um placebo, mas nem mesmo os pesquisadores sabem quem tomou o que. Por isso, a pesquisa é considerada randômica, com duplo-cego e grupo de controle. 

Ela explica que os voluntários são acompanhados ao longo de um ano, mas a expectativa é que a vacina seja liberada antes disso, a partir de dados preliminares. “Nós não temos acesso aos dados, somente o Instituto Butantan. Ao final, após toda a aprovação, eles vão liberar a lista das pessoas que tomaram o placebo e convidá-las para tomar a dose da vacina”, afirmou. 

Para participar, é importante preencher os seguintes requisitos:

• não ter sido contaminado pelo novo coronavírus;
• não participar de outros experimentos;
• ter registro ativo no conselho profissional de seu ofício.

Fonte: Hoje em Dia

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