Três testemunhas de defesa do prefeito Moacir Ribeiro e de Marco Sallum foram ouvidas pela Comissão parlamentar de Inquérito, na terça (18) e nesta quarta-feira (19). Os depoimentos deveriam ter sido colhidos no dia 28 de janeiro, porém as testemunhas não compareceram.
Sheldon Almeida foi ouvido em Ribeirão das Neves na terça-feira. Já na manhã desta quarta-feira, foram ouvidos o chefe de gabinete, José terra de Oliveira Júnior (Terrinha) e o atual diretor do Saae, Rafael Tomé. Em seu depoimento, Terrinha relatou que conhecia Moacir Ribeiro há muito tempo e que já jogaram futebol juntos, mas que ficaram mais próximos na campanha eleitoral de 2012. ?O convite para vir trabalhar em Formiga partiu do prefeito. Ele convidou a nossa equipe de Piumhi para trabalhar com ele. Já com o Marco Sallum, somos amigos desde criança, em Piumhi, estudamos juntos, mas ele não participou da equipe de transição do governo Moacir?.
Indagado, Terrinha disse que não tinha conhecimento do ramo de atividade de Marco Sallum, nem mesmo o número de funcionário de sua empresa. ?Se não me engano, ele tem uma propriedade rural em Guapé, herança de família e também uma empresa de consultoria. Não sei o endereço e nem onde funciona, nem mesmo o CNPJ. Ele não comenta a sua fonte de renda comigo e ele viaja muito?, disse.
A testemunha de defesa disse ainda que sabe que Sallum é amigo do ministro Antônio Andrade e que Sallum representa o mesmo na região. Terrinha informou ainda que realmente mora na mesma residência que Marco Sallum, mas que não é comum ocorrerem reuniões políticas no local.
Questionado sobre uma reunião na Prefeitura para tratarem sobre a compra do imóvel do Clube Centenário, Terrinha disse que Sallum participou do encontro, como amigo de Moacir, e não como representante do ministro. ?Não sei se ele tem carta branca do ministro, ou algum cargo no Ministério da Agricultura. Já sobre a desapropriação do Parque de Exposições, foi um pedido do prefeito à procuradoria do município?.
Em outra pergunta, sobre o desenvolvimento da cidade, o chefe de Gabinete disse que tem interesse no crescimento da cidade, pois tem familiares em Formiga e que não tem pretensões políticas no município.
Em relação às visitas do Marco Sallum à Prefeitura eram visitas como outra qualquer. Assim como a visita de alguns vereadores em seu apartamento. ?O Sallum não representa o prefeito, que eu saiba. Ele não tem nenhum cargo na Prefeitura. Não sei porque ele parou de ir à Prefeitura. No encontro na MG-050, quem representou o prefeito fui eu?.
Terrinha opinou sobre a relação de Sallum e Moacir Ribeiro: ?Não vejo nada de incomum o Marco Sallum querer ajudar o prefeito, pois ele é amigo do Moacir. Tudo é em prol de Foirmiga. O prefeito aceita as verbas trazidas ou não se ele quiser?.
Sobre um possível caixa dois na Prefeitura, o chefe de Gabinete disse que não saberia informar se realmente houve e que não tem conhecimento de contratações paralelas na administração municipal.
Em sua fala final, Terrinha disse que não acredita em usurpação de função pública na Prefeitura de Formiga.
Rafael Tomé
O último depoente foi Rafael Alves Tomé, ele já foi secretário de saúde e de Planejamento no ano passado, atualmente responde pelo Saae.
Rafael relatou que quem o convidou para trabalhar em Formiga foi o próprio Moacir Ribeiro. ?Eu perdi as eleições em Piumhi, fiquei em terceiro lugar. A partir daí, desenvolvemos uma amizade muito grande. Infelizmente, conheci o Moacir só no ano passado, durante a campanha. Ele agradou do meu serviço?.
Questionado, Rafael disse que Sallum não apoiou financeiramente, de maneira alguma, sua campanha em Piumhi. ?Eu conheço o Marco Sallum desde criança, há uns 40 anos. Sei que ele presta consultoria, mas não sei detalhes?.
Em outra pergunta, Tomé disse que Sallum não havia participado da reunião com membros do Clube Centenário, a penas teria passado pela sala e cumprimentado os presentes. ?Foi uma reunião rápida, eles apresentaram propostas de compra, pois na época, se cogitou a transferência da Secretaria de saúde para aquele local?.
Em seguida, a Comissão perguntou, mais uma vez, se Sallum não compareceu à reunião. Rafael Tomé disse que não se lembrava se ele havia se assentado ou ainda se pronunciado durante um encontro.
Indagado, o diretor do Saae disse que de maneira nenhuma Sallum presta serviços à Prefeitura. Mesmo como ?andar? em carros oficiais e visitas frequentes no gabinete. ?Até onde eu sei, ele representa o ministro, se ele é filiado ao partido, eu não sei. Não sei informar também a influência dele sobre o prefeito?.
Em relação a doação de lotes, Tomé contou que enquanto esteve na Secretaria de Planejamento, apenas fez cadastramentos a pedido do prefeito e de alguns vereadores como, Zezinho Gaiola, Meirinha e Piruca, e que jamais Sallum solicitou algum tipo de escritura de lote.
Em outro momento do depoimento, Rafael Tomé disse que nunca fez doação para a Prefeitura de Formiga, mesmo sendo realizado profissionalmente, assim como o prefeito Moacir Ribeiro teria mencionado em uma coletiva de imprensa.
?Sou uma pessoa do bem, estou em Formiga a pedido do prefeito e estarei enquanto ele achar necessário. No Saae, o vereador pastor Manoel fará um culto ecumênico para os funcionários, pois é uma vergonha e um castigo a falta de água nas residências. Ninguém merece, isso tem que fazer parte do passado da cidade?.
Rafael Tomé contou ainda que jamais prejudicaria algum paciente, não atendendo a pedidos de vereadores de oposição e pediu desculpas pelo tempo que esteve á frente da Secretaria de Saúde.
Moacir e Sallum não comparecem
Pela segunda vez, o prefeito Moacir Ribeiro e o Marco Sallum não compareceram para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncia de usurpação de poder público na Prefeitura. Os depoimentos dos investigados ocorreriam na tarde desta quarta-feira (19) no período da tarde. No dia 28 de janeiro, os investigados também não compareceram às oitivas .
O depoimento de Moacir estava marcado para às 14h, como ele não se fez presente nem enviou representante, o presidente da CPI, Arnaldo Gontijo, seguindo o que diz a lei, por duas vezes realizou o pregão, chamando por Moacir na secretaria e na entrada da Câmara.
Para representar Marco Sallum, esteve presente a advogada Maria Raquel Castro Fernandes que informou que seu cliente não compareceu devido à compromissos de trabalho pré-agendados. A advogada disse ainda, que ele não descarta a possibilidade de se apresentar para prestar seu depoimento, mas na ocasião, tinha compromissos para cumprir.
O relator da CPI, o vereador Mauro César, disse que os dois investigados não serão mais convocados e que agora, o caso está nas mãos da justiça e que os trâmites legais da CPI prosseguirão, mesmo sem o depoimento dos dois investigados.


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