Na propriedade de Arnaldo Botrel, em Varginha, sul de Minas Gerais, a colheita de café está no pico, e o produtor anda com dificuldade para contratar os apanhadores. Concentrou um pouco o período de colheita. A maturação do café esse ano adiantou muito e todos os produtores começaram juntos. Isso fez com que faltasse um pouco da mão de obra, afirma.
Outro fator que acelera o trabalho de colheita, além da maturação antecipada, é o preço do café em alta. A saca de 60 quilos passou dos R$ 500. Em junho do ano passado, estava a pouco mais de R$ 300.
Para dar conta da produção, muitas fazendas estão contratando safristas fora da região. Eles vêm do norte de Minas, do Paraná e da Bahia para até quatro meses de colheita. Com a valorização da mão de obra, ganham entre dois e quatro salários mínimos por mês. O café subiu de preço e o produtor pode remunerar muito melhor os trabalhadores. A uma medida de café de 60 litros, hoje está sendo pago em torno de R$ 10 a R$ 12. Ano passado, a medida estava gerando de R$ 6 a R$ 8, um valor bem menor?, diz Botrel.
O município de Cabo Verde recebe cerca de seis mil novos trabalhadores nesta época de colheita. Claudinei Pereira de Oliveira veio sozinho, deixou a mulher e o filho de dois anos em Santo Antônio do Jacinto, no norte do estado. Mas nem todo mundo tem uma vida solitária no cafezal. Dirley Aparecida de Souza, o filho dela, Agner, e o marido, Gerval, trabalham juntos na colheita. Ninguém fica com saudades e a família ganha dinheiro unida.

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