No domingo (7), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez um discurso emocionado na Avenida Paulista, em São Paulo, criticando o endurecimento das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar. Chorando durante toda a fala, Michelle afirmou sentir-se humilhada com a atuação da Polícia Federal (PF) e denunciou violações à Constituição.

Durante o pronunciamento, Michelle destacou que Bolsonaro gostaria de estar presente no ato, ou ao menos participar por videochamada, mas que suas liberdades de expressão e locomoção estariam sendo cerceadas. “A liberdade de expressão e de locomoção dele foi violada”, afirmou.

A ex-primeira-dama também acusou as medidas da PF de desrespeitarem garantias constitucionais. “Ali, fala que a casa é um asilo inviolável. Ali, fala que ninguém vai sofrer tortura, que ninguém vai sofrer a violação dos seus direitos, que a pessoa não vai sofrer a degradação, e eu vejo todos os dias isso acontecer na porta da minha casa”, declarou.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou policiamento em tempo integral nas redondezas da residência de Bolsonaro. A decisão foi tomada após representação do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que solicitou a prisão preventiva do ex-presidente, citando risco de fuga. A Polícia Federal havia encontrado uma minuta de pedido de asilo político à Argentina com Bolsonaro.

Michelle relatou ainda que a rotina da família tem sido afetada. “A minha filha de 14 anos tem que ir para a escola e todos os dias eu tenho que abrir o carro para ver se tem alguém escondido dentro. É muita humilhação, mas faz parte. A humilhação faz parte do processo e nós vamos sair mais fortes”, disse.

Ao encerrar o discurso, Michelle voltou a criticar as restrições, afirmando que Bolsonaro está “amordaçado” em casa. “Não foi julgado e está preso, com policiais toda hora olhando o muro dos vizinhos para ver se tem a possibilidade de ele pular. Como um homem com 70 anos, sequelas de uma facada, que passou por uma cirurgia recente de 12 horas, vai pular um muro?”, questionou.

O pronunciamento da ex-primeira-dama ocorre às vésperas do julgamento de Jair Bolsonaro e marca sua atuação como pré-candidata ao Senado pelo Distrito Federal, reforçando o tom de denúncia e mobilização política diante das medidas judiciais em curso.

Com informações do O Tempo

 

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