Os dois policiais militares suspeitos de atirar contra um carro e assassinar o garoto João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, foram transferidos na madrugada desta quarta-feira para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, subúrbio do Rio. Eles estavam presos administrativamente no 6º Batalhão de Polícia Militar, na Barra da Tijuca. Antes de serem transferidos para o BEP, os policiais foram examinados no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, na Zona Norte do Rio.
Na noite dessa terça-feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão temporária por 30 dias dos suspeitos. No Inquérito Policial Militar (IPM), os dois militares mantiveram a versão de que estavam perseguindo criminosos e que o carro de Alessandra Soares, mãe de João Roberto, ficou no meio do fogo cruzado.
Em declaração dada na manhã dessa terça-feira, o comandante do 6º BPM, Ruy Louri estranhou o procedimento dos policiais, dizendo: Infelizmente, não sei o que se passou na cabeça desses policiais.
Alessandra voltava de uma festa de aniversário com os dois filhos em seu carro, um Palio Weekend cinza chumbo, que foi confundido como se fosse o carro usado por suspeitos de assaltos. Os policiais militares atiraram no veículo e atingiram João Roberto.
O carro que teria sido usado pelos perseguidos foi encontrado na madrugada dessa terça. Segundo a polícia, o veículo Fiat, modelo Stilo, era roubado e está envolvido em quatro ocorrências de roubos de pertences.
O proprietário do carro esteve na delegacia, mas não conseguiu identificar por fotos os dois assaltantes que o renderam usando pistolas. A perícia encontrou quatro cápsulas de pistola deflagradas dentro do Stilo.
O corpo do menino João Roberto foi enterrado na tarde dessa terça-feira no cemitério do Caju. No momento do sepultamento, acompanhado por cerca de 300 pessoas e marcado por emoção e revolta, o pai da criança, Paulo Roberto Barbosa Soares, pediu uma salva de palmas em homenagem ao filho.
Durante o cortejo, o grupo parou duas vezes para que a mãe, Alessandra Soares, bebesse água. Muito debilitada e sob efeito de calmantes, Alessandra tinha um curativo na cintura, do lado esquerdo. Ela foi ferida por estilhaços durante a perseguição policial.

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