De janeiro a novembro de 2008, a Fundação Hemominas cadastrou, em todo o Estado, mais de 40 mil candidatos à doação de medula no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). O dado foi levantado pela Gerência de Captação de Doadores, que é responsável pela conscientização da população e cadastro das pessoas interessadas em se candidatar à doação.
A gerente de Coletas Externas da Fundação Hemominas, Deborah Carvalho, afirma que o número atingido pela instituição mostra o avanço no trabalho de conscientização desenvolvido e a divulgação sobre o transplante de medula pelos meios de comunicação. ?A população brasileira é muito solidária e está cada vez mais consciente deste ato tão simples, que muitas vezes é a única esperança de vida para o paciente?, declara Déborah.
A Hemominas, além de receber os interessados a serem candidatos à doação de medula nas suas unidades no Estado, também realiza cadastros fora do seu espaço físico. A fundação leva os equipamentos necessários para o trabalho em universidades, igrejas, empresas, escolas, comunidades e instituições. A infra-estrutura para esse trabalho é simples e permite uma maior abrangência no atendimento. ?As coletas externas são de grande importância, pois a população participa ativamente e, geralmente, conseguimos um grande número de cadastros?, diz Déborah Carvalho.
O Transplante de Medula Óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e algumas outras doenças do sangue. A compatibilidade para a doação de medula óssea é de 25% para pessoas da mesma família e de um para 100 mil entre pessoas não aparentadas. ?O Brasil tem uma diversidade genética muito grande. Por isso, para aumentar as possibilidades de transplante e cura para o paciente, é necessário que o número de candidatos à doação aumente?, afirma Deborah Carvalho.
Medula
A medula óssea é encontrada no interior dos ossos, sendo popularmente conhecida como ?tutano?. Ela é responsável por produzir os componentes do sangue, incluindo as hemácias ou células vermelhas, responsáveis pelo transporte do oxigênio na circulação; os leucócitos ou células brancas, agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo; e as plaquetas que atuam na coagulação do sangue.
O transplante de medula óssea é indicado geralmente para casos de leucemia. A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, que substituem as células sangüíneas normais.
Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias). A doença progride rapidamente, exigindo, com isso, que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.
Cadastro
Para se cadastrar como candidato à doação de medula é preciso ter entre 18 e 55 anos, boa saúde e não apresentar doenças infecciosas ou hematológicas, apresentar documento oficial de identidade com foto e preencher os formulários para o cadastramento.
No momento do cadastro, a pessoa recebe todos os esclarecimentos sobre o processo de doação e, em seguida, é colhida uma pequena amostra de sangue (cerca de 5 ml) que será submetida ao exame de classificação da medula, chamado HLA.
O resultado da tipagem HLA e os outros resultados dos exames de Histocompatibilidade/Imunogenética serão incluídos em um banco de dados, chamado Redome, que é coordenado pelo Laboratório de Imunogenética do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde.

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